ISSN 2359-5191

13/04/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 11 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
“Profissão Repórter em Diálogo” é tema de simpósio

São Paulo (AUN - USP) - Entre os dias 22 e 23 de março, o Grupo de Estudos de Linguagem MidiAto realizou o I Simpósio Linguagem e Práticas Midiáticas com o tema Profissão Repórter em Diálogo. O simpósio apresentou o resultado de uma pesquisa coletiva, em que os participantes mapearam todos os episódios do programa Profissão Repórter e o situaram no debate teórico.

A partir do programa, buscou-se apreender os processos de produção e recepção midiáticas, analisando um jornalismo que reflete sobre sua própria prática. “Os bastidores da notícia e os desafios da reportagem”, a frase de Caco Barcellos que se repete no início de todo programa, já nos antecipa as estratégias discursivas que foram estudadas.

Bastidores: biombos do mundo
Segundo o professor Fernando Resende, debatedor da primeira mesa sobre o tema “Profissão Repórter e a Produção Jornalística”, os bastidores, ou seja, as imagens que pretendem tudo revelar, são na verdade biombos do mundo que tampam nossa visão. “Na televisão resta apenas campo, o que é visível. Mas o mundo não é só o visível”, conta.

Mariana Duccini, debatedora da terceira mesa “Estratégias Narrativas em Profissão Repórter”, que discursou sobre a retórica dos bastidores, afirma que o jornalismo ganha a confiança do espectador quando a opacidade se torna artifício de transparência. “O que deixamos de ver, a intensificação da opacidade, corresponde às mesmas vontades de verdade da transparência”. Os repórteres acreditam nos revelar tudo, mas deixam de lado o não-visível, opacam a realidade.

Publicação dos estudos
Muitos outros estudiosos da linguagem apresentaram seus trabalhos e pesquisas. Todas as apresentações serão publicadas no livro, que terá o nome do simpósio (Profissão Repórter em Diálogo), mas ainda não tem data de lançamento prevista.

A professora Rosana de Lima Soares, uma das debatedoras e idealizadoras do simpósio, afirma que a maior importância de um encontro como esse, além da reflexão acadêmica sobre um produto presente nas mídias (transformado em objeto de pesquisa coletiva), é justamente a possibilidade de diálogo entre universidade e mercado.

“Uma troca frutífera que pode resultar em mudanças tanto na produção do programa, como nos estudos sobre ele, demonstrando o potencial de debate e a vocação da universidade para fomentar análises críticas sobre as produções midiáticas”, afirma Rosana.

O repórter do programa, Caio Cavechini, vê o encontro dos estudiosos com a equipe do Profissão Repórter como um retorno de tudo que foi produzido durante mais de ano. “É um sinal de que o nosso trabalho pode ter várias interpretações, embora a gente discorde de algumas. O que temos aqui é um espaço realmente aberto para que se pense e se discuta”. Ao ser questionado se o simpósio poderia influenciar a produção do programa, respondeu: “Sei que temos deficiências, mas às vezes não sabemos como resolver. Podemos levar daqui alguns direcionamentos, ou não, porque existem questões que são muito reflexivas e não cabem num programa televisivo, que tem os seus objetivos, que tem o seu tempo e não pode criar uma discussão tão ampliada, tão profunda quanto um espaço como esse.”

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