ISSN 2359-5191

17/09/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 16 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Química
Instituto de Química abre caminho para novas variedades da cana

São Paulo (AUN - USP) - Quando a cana de açúcar é exposta à variações ambientais e presença de bactérias, os receptores presentes na membrana celular se comunicam com o núcleo da célula(processo conhecido como transdução de sinal),provocando a ativação de determinados genes em cada situação diferente. A identificação desses genes, alvos em potencial para o aperfeiçoamento genético da espécie, é o objetivo do projeto Sucast (sigla, em inglês, para transdução de sinal da cana-de-açúcar), do Laboratório de Transdução de Sinal do Instituto de Química da USP.

O projeto é financiado pela Fapesp e coordenado pela professora Gláucia Mendes Souza do Instituto de Química da USP em parceria com Marcelo Menossi do CBMEG (Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética) da Unicamp.

Ao identificar os genes responsáveis pela resposta da cana-de-açúcar à variações climáticas, acidez e falta de nutrientes do solo, presença de bactérias e parasitas, abre-se caminho para a posterior manipulação genética da cana e a criação de novas variedades mais resistentes a esses problemas e, portanto, mais produtivas.

Os genes identificados seriam modificados através da biobalística, ou seja, a introdução de novo material genético no DNA da planta, obtendo variedades melhoradas em uma velocidade maior do que a obtida pelo método tradicional, o cruzamento e seleção artificial das características mais interessantes, que pode demorar até 12 anos.

A cana foi escolhida como objeto de estudo devido a sua importância para o país que é o maior produtor mundial (27% da produção total), e para o estado de São Paulo, que concentra a maior parte da produção nacional.

O método de pesquisa do Laboratório de Transdução de Sinal consiste na exposição dos diferentes tecidos da planta a diversos fatores estressantes, como variações de temperatura, acidez, presença de parasitas.

Essas variações ambientais são percebidas pelos receptores da membrana celular, que por sua vez se comunicam com o núcleo da célula

O resultado é analisado por um chip de DNA, que contém os genes da cana seqüenciados pelo projeto Sucest (sigla pra etiquetas seqüenciais transcritas da cana de açúcar) que sequenciou aproximadamente 90% dos genes da planta. A partir daí, os pesquisadores são capazes de verificar que genes foram ativados, e em que intensidade, em decorrência dessa exposição do tecido da planta. Cruzando os dados, é possível isolar os genes responsáveis pela resposta a determinadas alterações, permitindo a escolha de genes cujo melhoramento pode ser útil para a criação de variedades mais resistentes da cana de açúcar. Mais informações sobre a pesquisa podem ser vistas no site http://glauciasouza.com/cana.html.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br