ISSN 2359-5191

17/09/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 16 - Educação - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Letras cria laboratórios e abre cursos para comunidade

São Paulo (AUN - USP) - Aos sábados pela manhã, sempre por volta de 8h30, os prédios de Letras e de Ciências Sociais e Filosofia têm suas salas de aula repletas de estudantes. Não são alunos de graduação da FFLCH, mas um público bastante variado, que reúne não apenas alunos vindos de cursos os mais diversos – de psicologia a oceanografia ou engenharia naval –, e professores e funcionários da USP, mas principalmente uma maioria de pessoas que não têm vínculo algum com a Universidade. Todos esses alunos constituem o público dos Cursos Extracurriculares – assim chamados por não fazerem parte das disciplinas de graduação da FFLCH e serem abertos a todos os interessados - promovidos pelos cinco departamentos de Letras.

Há sempre diversos tipos de cursos em andamento, porém os mais procurados, com o maior número de alunos (cerca de 95 % do total), são os de línguas do Departamento de Letras Modernas (DLM). English on campus, o mais antigo, existe há mais de dez anos. Francês e Español en el campus iniciaram faz seis anos, e mais recentes, há o de Italiano e o de Alemão.

Não se trata, contudo, de cursos comuns de línguas. Eles existem, na verdade, como grandes laboratórios de pesquisa acadêmica. Os professores desses cursos, todos alunos de pós-graduação do DLM, desenvolvem pesquisas sobre ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras, e esse é o motivo pelo qual a Faculdade de Letras promove e mantém esses cursos. “A faculdade oferece cursos de idiomas de qualidade e cumpre um duplo objetivo: primeiro, desempenha um papel educativo atendendo a uma demanda social, o fato de as pessoas necessitarem conhecer línguas estrangeiras; e depois, cria condições para que a pesquisa acadêmica seja realizada de forma experimental, algo difícil em Ciências Humanas”, afirma a professora Maria Sabina Kundman, idealizadora do curso extracurricular de Francês.

Em cada língua, já há vários grupos montados com pesquisa em andamento. A área de Espanhol tem três desses grupos que aproveitam o curso extracurricular como laboratório e recolhem materiais, como produções escritas feitas pelos alunos, para constituir seus corpora. O mesmo acontece em outras áreas, como a de Inglês, que tem até contatos com grupos da Bélgica que pesquisam aquisição de línguas, ou a de Francês, que tem dissertações e teses já concluídas ou em fase de preparação, com corpus oriundo do curso extracurricular.

Segundo os alunos, a qualidade é, porém, o que mais os atrai a estudar nos cursos extra. Tanto que o número de alunos não pára de aumentar, a demanda sempre maior do que aquilo que a faculdade pode oferecer. Em 1996, o Español en el campus começava com pouco mais de 50 alunos. Hoje, conforme dados do DLM, há mais de 400. Francês, o curso com o maior número de alunos, já reúne mais de 500.

O limite de expansão desses cursos é o espaço físico da faculdade e a falta de professores. O extracurricular utiliza as salas de aula da FFLCH, e só pode funcionar quando elas não são ocupadas pelas aulas dos cursos de graduação ou pós-graduação. Por isso, a maior parte dos cursos se concentra no sábado, quando não há aulas da graduação. Além disso, aos sábados, todas as salas de Letras e Ciências Sociais já são utilizadas pelo próprio curso extra. Quanto à falta de professores, isso acontece porque somente pós-graduandos podem trabalhar nos cursos; assim, a ampliação dos extracurriculares depende da expansão dos programas de pós-graduação da FFLCH.

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