São Paulo (AUN - USP) - Uma pesquisa feita no Hospital Universitário da USP com profissionais de enfermagem revelou a importância do toque entre enfermeiros e pacientes no dia-a-dia de uma UTI. Entrevistas mostraram que ambas as partes reconhecem que o toque vai muito além do simples contato físico.

“Quando um paciente está na UTI ele fica muito isolado da família, e acaba sentindo a falta do toque de seus parentes”, afirma a professora Maria Julia Paes, que auxiliou na pesquisa. O toque dos profissionais de enfermagem serve como apoio e uma demonstração de carinho com estas pessoas que passam por um momento difícil.

A pesquisa surgiu a partir do trabalho de conclusão de curso da aluna Marília Fogaça Gala, que além do auxílio da professora recebeu também a ajuda da enfermeira Sandra Cristina Ribeiro Teles, uma das responsáveis pela UTI do Hospital Universitário.

Após um mês de observação, foi feito um levantamento de dados com relação aos tipos de toques utilizados pelos profissionais de enfermagem, a direção do olhar e postura corporal durante a atividade profissional. Os toques foram divididos em instrumentais (utilizados no desempenho de uma tarefa), afetivos (demonstração de carinho e apoio) e instrumental/afetivos.

A grande maioria dos toques observados foi do tipo instrumental/afetivo, o que foi considerado positivo pelas pesquisadoras. Durante o desempenho de sua função, os profissionais de saúde devem ter uma preocupação com a linguagem tacêsica (dos toques) para trazer mais confiança para o paciente. Pelo que foi constatado pela pesquisa, estes profissionais têm este cuidado: em suas entrevistas foi apontada a importância do toque como forma de se aproximar do paciente e passar algum tipo de calor humano.

A comunicação corporal é algo de extrema importância para os profissionais de saúde em geral. Com apenas alguns cuidados, como aprender a ouvir, conversar frente-a-frente e se manter a uma distância de 1,40m do paciente, o profissional de enfermagem pode melhorar seu atendimento e mostrar ao paciente que uma UTI não é um lugar frio.