ISSN 2359-5191

28/06/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 57 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Histórias que se contam traz Edvaldo Pereira Lima para falar sobre jornalismo literário

São Paulo (AUN - USP) - O segundo convidado para o encontro Histórias que se contam: grandes reportagens, da empresa júnior de jornalismo da ECA (J. Júnior) foi Edvaldo Pereira Lima. Além de ser jornalista, Lima é formado em Turismo, com mestrado e doutorado em Ciências da Comunicação, já lecionou na ECA, e é co-fundador da Academia Brasileira de Jornalismo Literário (ABJL). Sua principal atuação no jornalismo é literatura da realidade, livro-reportagem e jornalismo literário, sendo este o tema de sua palestra no encontro.

“O jornalismo é uma atividade tão rica e diversificada que oferece diferentes modelos, recursos e ferramentas. Não existe o jornalismo, existem os jornalismo”, inicia Lima. O jornalismo literário é uma das vertentes do exercício jornalístico, segundo o palestrante, uma das especificidades desse modelo é a responsabilidade e intenção de relatar a realidade humana de forma mais diferenciada com recursos narrativos.

O jornalismo literário procura passar ao leitor uma experiência da realidade, fazer com que ele tenha também uma vivência simbólica do que está colocado no texto. “essa prática não fica restrita às técnicas que se emprega no jornalismo convencional [lide, pirâmide invertida] isso é insuficiente”, afirma Lima. No jornalismo literário, há uma liberdade temática, “que faz com que muitas vezes as matérias se pautem por outros fatores e razões que não os das notícias da mídia convencional”, diz.

“Contar histórias é vital e orgânico para o ser humano, já o lide não é natural”. Lima ressalta a proximidade desse tipo de escrita com o leitor. “Por utilizar a forma narrativa matriz da cena, o texto de jornalismo literário é dinâmico, te traz para dentro do acontecimento”, conta. Uma das grandes vantagens desse texto, é que não transmite apenas informação, mas trata-se de uma leitura prazerosa e convidativa.

Segundo o jornalista, após uma fase áurea nos anos 60 e 70, o jornalismo literário quase desapareceu no Brasil. Hoje, porém não se restringe à prática impressa. “Antes de tudo, o jornalismo literário é uma atitude, está presente no impresso, na televisão, nos documentários de cinema”. O palestrante ainda destacou que esse modelo tem uma abertura de entendimento mais complexo do real e busca a compreensão dos fatores que fazem as coisas acontecerem.

Para Lima “é possível fazer jornalismo literário no cotidiano, em matérias pequenas de temas comuns”. A sociedade é feita por todos nós, celebridades e anônimos, e o jornalismo literário faz uma recuperação do anônimo e do cotidiano. “As pessoas que são retratadas no texto não são meras fontes de informação, elas são personagens, são de carne e osso”.

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