São Paulo (AUN - USP) - A produção científica na área das ciências farmacêuticas está em franca expansão, segundo os dados levantados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Em palestra proferida na terceira edição do Simpósio de Pós-Graduação em Análises Clínicas, a professora Dulcinéia Abdalla, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, apresentou dados que apontam os desafios e perspectivas da pesquisa na área de Farmácia.
Atualmente, no Brasil, a Capes investe em 48 programas de pós-graduação, e há, ao todo, 69 cursos em todo o país. Os dados mostram que ainda existem uma assimetria em relação à distribuição desses programas por regiões, mas Dulcinéia afirma que nos últimos três anos essa assimetria diminuiu. Segundo a professora, a região Oeste conta com 5 programas de pós-graduação, o Nordeste com 11, o Norte do país conta com 2 programas e o Sul com 10. O Sudeste possui 20 programas, revelando a maior densidade. “Neste triênio houve melhoria na distribuição, tanto quanto ao número de programas em cada região quanto aos conceitos”, afirma Dulcinéia.
De acordo com a professora, que é coordenadora da área da Capes, em 1998 eram oferecidos 28 programas, o que revela um aumento relevante neste número em relação a 2010, quando são oferecidos 48. “Neste quadro, são identificados mais mestrados que doutorados, o que é característico de uma área em expansão”. Tratando-se dos artigos publicados, considerando os 34 programas avaliados pela Coordenação, foram publicados um total de 4.044 artigos, o que segundo a professora é um indicador de qualidade da produção científica.
De acordo com o estudo da Capes sobre os 34 programas, o maior desafio neste momento é “crescer com qualidade”. Como destaca Dulcinéia, o Governo tem reconhecido a área como prioridade, principalmente pela sua importância econômica. As perspectivas contam com um crescimento de 30% a 40% no número de programas para os próximos três anos, e investimentos em programas de apoio especial ao chamado programa de rede, que integra um estudante a diversas unidades de ensino em todo o Brasil ao longo do período de pesquisa.
As teses e dissertações financiadas pela Capes são avaliadas também por notas, conceitos. Como explica Dulcinéia, um projeto que recebe as notas 6 ou 7 possuem um grau de inserção internacional, ou seja, conta com contribuições de instituições internacionais, seja por meio de colaborações formais ou informais. Segundo a pesquisadora, atualmente aumentou o número de trabalhos com notas 6 e 7, o que indica que as pesquisas da área das ciências farmacêuticas desenvolvidas no Brasil têm se internacionalizado.
Dulcinéia conta ainda que a liberação de bolsas para pós-doutorado, como vêm acontecendo ultimamente, demonstram que a área vem se consolidando. Segundo a professora, o fomento é proporcional a importância e ao tamanho de uma área. “Em relação a outras áreas da saúde, como a enfermagem, a medicina, e a saúde pública, a farmácia ganha espaço no País”.