São Paulo (AUN - USP) - Se você acha que os campi de Bauru e Pirassununga são os lugares mais distantes que a USP pode chegar, então é melhor você dar uma passada no Salão Nobre do Instituto de Geociências. Lá, até dia 17 de outubro, será realizado o XI Seminário de Pesquisas Antárticas, organizado pelo Centro de Pesquisas Antárticas (CPA) do IGc.
No ano de 1959 assinou-se o Tratado da Antártica, no qual diversos países se comprometeram a ocupar a região com fins pacíficos e para cooperação internacional em pesquisas científicas no continente gelado. Em 1975 o Brasil aderiu ao Tratado e, sete anos mais tarde, foi criado o Programa Antártico Brasileiro.
A colaboração da USP começou logo no verão de 82/83, a bordo do Navio Oceanográfico "Professor Wladimir Besnard” desenvolvendo pesquisas nas áreas de Meteorologia, Oceanografia Física e Biologia Marinha, na chamada Operação Antártica I. Em dez anos o Programa Antártico Brasileiro (Proantar) se desenvolveu e hoje conta inclusive com uma base no continente antártico. A Estação Antártica “Comandante Ferraz” abriga cientistas e pesquisadores, oferecendo sessenta e dois módulos, alojamentos, refeitórios, oficinas, sala de estar, enfermaria, armazéns, cozinha, lavanderia, biblioteca, um pequeno ginásio de esportes e um heliporto para helicópteros de porte médio.
O Proantar é dividido em duas redes que pesquisam alterações ambientais no continente. A Rede 1 realiza estudos sobre mudanças ambientais e suas relações com o continente sul-americano. Já a Rede 2 abriga a maior parte das pesquisas científicas da USP e monitora o impacto ambiental das atividades humanas (cientistas e turistas) na Baía do Almirantado, na Antártica.
Os dois primeiros dias do seminário abordarão a pesquisa científica realizada nas duas redes. Segundo o prof. Dr. Antonio Carlos de Rocha-Campos, coordenador científico do IGc, “Tudo aquilo que está sendo produzido sobre pesquisas antárticas na USP estará no Seminário”. Ao longo do seminário, estão programadas mais três sessões técnico-científicas e, no último dia do evento, haverá uma discussão sobre os rumos das pesquisas antárticas brasileiras tendo em vista as recentes restrições orçamentárias que o Proantar vem enfrentando.