ISSN 2359-5191

22/10/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 19 - Saúde - Hospital Universitário
Estudo propõe trabalho saudável para funcionários do Hospital Universitário

São Paulo (AUN - USP) - O grande número de afastamentos por motivos de saúde enfrentados pelos funcionários do Hospital Universitário motivou a criação do Grupo de Atendimento em Terapia Ocupacional relacionado a dor, fadiga e stress no trabalho. Após a identificação dos setores do hospital mais afetados pelos afastamentos, o grupo iniciou seus trabalhos no setor de higiene e rouparia, entrevistando seus funcionários a fim de descobrir suas principais queixas em relação às dores causadas pelo trabalho. Além disso, os terapeutas analisam todas as condições de trabalho do hospital, como os hábitos dos funcionários, a formação cultural de cada um e as dificuldades de relacionamento entre colegas de trabalho.

A pesquisa inicial feita no HU mostra que os trabalhadores de um mesmo setor sofrem de dores parecidas, cerca de 70% sofrem de dores lombares e 67% reclamam de dores no punho. A partir das pesquisas, o tratamento de grupo teve início em outubro. Os funcionários são chamados a refletir sobre as relações de trabalho e as maneiras de desenvolvê-lo de modo menos prejudicial à saúde. Renata Khul, uma das responsáveis pela pesquisa, afirma a importância do conhecimento de todo o ambiente de trabalho, sendo assim possível descobrir a causa das dores: “Tem que saber como o funcionário se posiciona para torcer um pano, pra lavar o chão e assim orientar para que eles passem a trabalhar de uma maneira mais saudável”.

A reflexão serve para que os funcionários aprendam a melhorar a postura no trabalho e transmitam esse conhecimento para seus colegas. Para Renata, isso é essencial para o sucesso da terapia. Após a reflexão, os funcionários são tratados de maneira preventiva, através da orientação postural e paliativa, sendo encaminhados para tratamento específico.

Além das dores causadas pelo esforço, o trabalho do grupo visa também à saúde mental dos atendidos, analisando as relações mais delicadas do trabalho, como o relacionamento com médicos e chefes. Cíntia Castellani, outra responsável pela pesquisa, resume: “Precisamos criar a consciência dos trabalhadores, a fim de melhorar todas as condições de trabalho a um nível máximo”.

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