São Paulo (AUN - USP) - Maurício Piacentini, ex-aluno de Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes (ECA), apresentou sua tese de mestrado Jogo, Flow e Cognição que realizou pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A ideia de sua dissertação era explicar o envolvimento e possibilidade de aprendizado dos jogadores durante a atividade. A exposição fez parte do Festival Games For Change – América Latina, que aconteceu no início do mês de dezembro no audtório Lupe Cotrim da ECA.

Piacentini explica que os jogos pressupõe uma interface diferencial, mais atrativa ao aprendizado. Essa atração se dá porque os jogos demandam uma atenção técnica do jogador – um estímulo visual provoca uma resposta da coordenação motora do jogador que cria novas situações. Para ele, esse é o papel do gamedesigner, dentro das limitações de regras e possibilidades do jogo, criar algo que produza um aprendizado.

Além do conteúdo, Piacentini vê como fundamental no trabalho do gamedesigner manter sempre os estágios do jogo na zona de Flow, que é a zona de equilíbrio entre habilidade e desafio, mantendo o jogo interessante. É dessa forma que se cria um interesse e envolvimento do jogador.

Ele demostra esse conceito em um gráfico desafio por habilidade: se o desafio é muito maior que a habilidade, gera ansiosidade, se a habilidade é muito maior, causa monotonia. Em caso de ansiosidade ou monotonia, o jogador perde o interesse.

Isso explica porque atividades repetitivas acabam criando pouco aprendizado: cessa o desafio e a habilidade cresce muito. Os jogos lúdicos são benéficos enquanto se enquadram na zona de Flow, pois o jogador tira aprendizado da experiência. “Isso é importante no processo educacional porque, quando as atividades estão em zona de Flow, o fluxo está associado à sensação de conhecimento e descoberta do ser humano”, explica.

Piacentini insere o conceito de cognição através da interatividade que o jogo proporciona. Para ele, o conhecimento sai daí, do tanto que o game estimula o jogador a pensar e reagir. A forma de jogar determina mais fortemente a experiência do que o próprio conteúdo do jogo. Cabe ao gamedesigner estimular e aplicar os conceitos, mas cabe ao jogador aproveitá-los da melhor forma possível.

O Festival Games For Change – América Latina foi dirigido por Gilson Schwarz, professor do Departamento de Cinema, Rádio e TV da ECA e teve por objetivo promover a interação e troca de experiências entre criadores, pesquisadores, estudantes e jogadores.