ISSN 2359-5191

18/05/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 31 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Estudo para a prevenção de queda de árvores ajuda prefeituras a planejar arborização

São Paulo (AUN - USP) - A queda de árvores põe em risco a vida, assim como gera a desordem em grandes cidades como São Paulo. Porém, isso não as torna vilãs dos centros urbanos. A ideia do pesquisador Sérgio Brazolin, do Centro de Tecnologia de Recursos Florestais (CT-Floresta) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT, é que a arborização das cidades é essencial. Ele trabalha para ajudar as prefeituras a planejar o plantio e avaliar o risco de queda das árvores.

O principal objetivo da pesquisa é que as prefeituras tenham uma base de dados para conhecer as árvores da cidade e planejar a arborização. Para isso, está em desenvolvimento um software para armazenamento de dados que auxiliará a gestão do verde em qualquer cidade. O lançamento está previsto para o final do ano.

O projeto surgiu do grupo de pesquisa sobre cupins que começou a busca por soluções para o problema da queda de árvores. Assim, eles começaram a tentar uma aproximação da prefeitura para mapear as árvores de algumas áreas de São Paulo. Primeiro procuravam plantas afetadas pelo cupim, mas logo viram que a praga era somente uma das mazelas. Eles tinham fungos, apodrecimento, velhice, porém principalmente a ação do homem por manejo inadequado. “Em São Paulo, tivemos uma arborização antiga e sem controle. E tínhamos poucos critérios para avaliar as árvores, que vieram muito depois delas serem plantadas. Nosso trabalho ajuda a prefeitura, pois criamos critérios para avaliar a árvore e verificar o seu risco de queda”, diz Brazolin.

Uma das formas desenvolvidas para avaliar as árvores é analisar sua biomecânica. Juntando pesquisadores de Engenharia e Biologia, passaram a observar a planta como uma estrutura. “Avaliamos a estrutura e como ela está reagindo aos esforços, sendo estes ventos fortes e chuva que aumenta o peso da árvore. Vemos se está fragilizada, cupim comeu ou está apodrecida. Diante desses fatores, avaliamos se está biomecanicamente resistente ou não”, explica Brazolin.

O grupo vai aos locais e faz avaliações externas e internas das árvores para tomar decisões, sendo a remoção a última medida. Endometria é o nome da procura por evidências externas da saúde da planta, medição do diâmetro do tronco, das raízes, condições do casco e procura de injúrias. Para ver a árvore internamente é preciso de aparelhos tecnológicos. Eles fazem até tomografias da árvores para enxergar como ela está por dentro. A partir daí, surgem critérios para solucionar o problema. Pode ser uma poda adequada, remoção de parasitas, alargamento da calçada.

Para Brazolin, a gestão da arborização de uma cidade fica melhor quando a prefeitura, concessionárias de energia e centros de pesquisa têm uma boa comunicação. Mas também depende da população para que haja uma consciência ambiental. Em outros países, já há uma coordenação para a poda de árvores, que se tornou um negócio rentável, aumentando a qualidade do serviço. “É preciso conscientizar quanto àa importância das árvores. Elas trazem benefícios estético, psicológicos, retêm água e partículas de poluição. Elas são indispensáveis no ambiente urbano”, afirma o pesquisador.

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