São Paulo (AUN - USP) - Projeto de extensão busca novas estratégias para dialogar com população que vive em áreas de risco. “Na geologia existe essa interação do homem e o meio que ele ocupa”, conta Veridiana Martins, professora do Instituto de Geociências da USP(IGc), que participa atualmente de uma pesquisa de extensão, na qual busca relacionar a educação ambiental com o gerenciamento das áreas de risco.

“Em 2005, nove pessoas morreram no Jardim Silvina, região localizada em São Bernardo do Campo”. A partir do ocorrido, Veridiana e sua equipe aplicaram um questionário junto aos moradores para avaliar o quanto eles compreendiam do espaço em que eles vivem.

A professora constatou com os questionários que as pessoas sabem quais são os locais de risco, mas não sabem quando um desastre pode acontecer. “Isso decorre do fato de essas pessoas não serem originárias daquele lugar, assim elas não conhecem a dinâmica de chuvas de lá.”

Além disso, outro motivo que ela levanta é o fato de ser uma população urbana. “No campo, a rotina metereológica é melhor conhecida pois está diretamente relacionada ao trabalho daquelas pessoas.”

Embu- Guaçu
Veridiana também participa de outros projetos que relacionam geologia com educação ambiental, como um realizado em Embu-Guaçu. A cidade se encontra em uma área de proteção manancial. A população local faz uso indiscriminado tanto da água subterrânea para consumo humano (poços ilegais), quanto da água superficial como fonte de alimento (pesca) e para despejo de resíduo sanitário.

“O projeto tem como objetivo a realização de um diagnóstico socioambiental sobre o uso dos recursos hídricos no município, para utilizá-lo na elaboração de materiais didáticos que levem a população a uma reflexão sobre o meio em que vive.”

Assim, são preparadas formas alternativas de se desenvolver um diálogo com as pessoas que vivem no local, “lá já foi realizada uma degustação de água, e estão sendo desenvolvidos jogos de tabuleiro como novas ferramentas para a população se apropriar do meio”.