ISSN 2359-5191

23/06/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 50 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Hidrovias tendem a ser um transporte alternativo ao rodoviário

São Paulo (AUN - USP) - O transporte hidroviário oferece muitas vantagens econômicas e ambientais quando comparado com o transporte rodoviário. Porém o Brasil está atrasado para mudar para esse sistema.

A falta de incentivo para transporte hidroviário é histórica, segundo o diretor do Centro de Engenharia Naval e Oceânica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (CNaval - IPT), Carlos Daher Padovezi. “Já tivemos diversos erros em relação a transporte” afirma. “Houve uma época que as poucas ferrovias foram abandonadas e não se deu importância para o aproveitamento do transporte hidroviário, por rios ou mesmo pela costa brasileira. Tivemos o cúmulo de, em determinado momento, termos cargas do norte ao sul via rodoviária, quando poderiam ser levadas de uma forma mais eficiente por água.”

O investimento inicial e a intervenção do governo em muitos casos não são problemas, já que os rios brasileiros são em grande parte naturalmente navegáveis. Assim, a intervenção do governo seria para a sinalização e organização do fluxo. Em alguns casos, a intervenção e investimento são mais necessários, como quando é preciso que rochas sejam retiradas ou que haja a transposição dos rios. Porém, os problemas de transporte também podem ser resolvidos pelo mar, já que o País tem uma costa extensa.

Mesmo atrasado, o País está acordando para essa alternativa de transporte. Cidades como São Paulo já têm o trânsito de carros atravancado por excesso de frota de veículos juntamente com os caminhões. O CNaval, junto com o Departamento de Hidroviário do Estado, estuda a possibilidade de transportar cargas menos nobres, como lixo ou materiais e resíduos de construção, pelos rios Pinheiros e Tiête. “Se uma embarcação for substituir 50 caminhões e nessa embarcação tivermos o equivalente a apenas dois motores de caminhão, a minha economia em combustível e de emissão de poluentes será reduzida junto com o trânsito”, defende o diretor.

A tendência, segundo Padovezi, é que a própria população faça a pressão para a mudança no transporte e, em casos de rios prontos para a navegação, tome a própria iniciativa. Por exemplo, em plantações de soja não há mais como competir em exportação com outros países se os custos de logística não forem reduzidos. Alguns produtores do Norte do Mato Grosso já perceberam a inviabilidade de mandar sua produção por rodovias para o Porto de Santos, já que o custo é muito alto, então investiram no transporte pelo rio Madeira, para o Amazonas e, dali, colocar em navios para a exportação. Eles conseguiram manter a sua soja competitiva dessa forma.

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