ISSN 2359-5191

24/06/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 51 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Testes verificam a corrosão por biocombustíveis

São Paulo (AUN - USP) - Juntamente com a Petrobras, o Laboratório de Corrosão e Proteção do Centro de Integridade de Estruturas e Equipamentos (Cinteq), parte do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), realiza pesquisas para determinar as causas da corrosividade de biocombustíveis.

A corrosão prejudica o transporte e armazenamento dos biocombustíveis. Quando for possível determinar que componente que faz parte do etanol inibe ou causa a corrosão, poderá ser feita uma norma que obrigue o aumento ou diminuição dessa pequena parte, por milhão ou bilhão de partículas. Isso otimizará o processo de um setor em crescimento e com alta demanda, pois atualmente ainda importamos etanol de milho dos Estados Unidos.

Na pesquisa, verifica-se diversas amostras de biocombustível, no caso o etanol, e faz-se uma diferenciação de corrosibilidade entre o combustível de uma usina para a outra. Também é feita a imersão de materiais e verificada a reação que ocorre pelo tempo. Para o perigo de explosão no transporte (feito por navios em tanques contendo 20 mil toneladas do combustível) são testados gases inertes e o efeito que podem causar no etanol, como possíveis mudanças nas suas propriedades. Paralelamente, são realizados estudos eletroquímicos que mais acadêmicos, mas que, porém, fornecem resultados mais rápidos para reproduzir o mesmo efeito do teste mais demorado. E chegará, então, a uma metodologia em menos tempo que outro processo.

Embora o projeto ainda não esteja concluído, e assim os resultados não podem ser divulgados, o objetivo é isolar os componentes que aumentam a corrosibilidade do etanol. Inicialmente, essa reação é muito baixa, mas após o transporte e mistura de diversas fontes do biocombustível, aumenta a corrosão. “Não vimos etanol retirado da usina que apresentasse agressividade”, afirma Anna Ramus Moreira, pesquisadora do Cinteq.

Os testes são feitos a partir de amostras de usinas e de refinarias. E o biocombustível passa de uma para a outra em um longo percurso. Primeiro nas usinas saem caminhões que levam etanol para um centro coletor, um exemplo é o de Araraquara. Lá é misturado em um tanque etanol de diversas fontes que serão ainda postas em outro caminhão ou trem com destino à refinaria. Anna concorda que as várias etapas de transportes podem ser prejudiciais, pois agregam mais substâncias que podem restar nos caminhões e alterar o biocombustível.

Apesar de baixa, a corrosão por etanol não é uniforme. “Vamos supor uma chapa de aço carbono corroída uniformemente, toda a sua extensão exposta fica avermelhada. Com o etanol não é assim, a corrosão é localizada, o que significa que teremos pequenos pontos que sofrerão ataques”, explica a pesquisadora. “Ao calcular, o valor de corrosividade em relação a área é baixo. Porém a profundidade pode ser grande e isso causa perfuração em pouco tempo.”

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