ISSN 2359-5191

26/06/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 53 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
FCF é modelo em ética de uso de animais

São Paulo (AUN - USP) - Marco Antônio Stephano é coordenador do Comitê de Ética no Uso de Animais na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e revela que a farmácia, até então, não recebeu nenhuma denúncia de irregularidades no uso de animais para fins científicos.

O Comitê surgiu a partir da lei 11.794-08, criada apenas em 2003. Antes da lei, o coordenador diz que havia uma política de bem-estar dos animais, mas não havia nada para oficializá-la. A lei estabelece critérios para a utilização de animais em atividades educacionais. Ela serve para garantir que os experimentos não causem dor, sofrimento, estresse e falta de alimentação e água para os bichos.

No caso da FCF, só é permitido o uso de camundongos e ratos para experimentação. Cada instituto da universidade que atua na área biológica possui seu próprio Comitê de Ética no Uso de Animais. Na medicina, por exemplo, é liberado o uso de suínos, bovinos, cachorros, entre outros.

Para que não haja abuso dos ratos e camundongos, os pesquisadores que solicitam esse tipo de experimento precisam preencher um formulário, além de já precisarem determinar um número específico de animais. Essa quantidade é analisada pelo comitê e, se for considerada justa, a pesquisa é liberada.

Há, na própria FCF, um laboratório para reproduzir os ratos e camundongos que serão submetidos a experimentos. Por lei, após o fim das pesquisas, os animais precisam ser submetidos à eutanásia, sob anestesia. Caso houver indícios de sofrimento durante os experimentos, os animais são tratados, mesmo antes da eutanásia.

Stephano também é professor da universidade e, apesar de ser formado em medicina veterinária, defende que ainda é necessário o uso de animais para fins científicos. A quantidade deve ser moderada e reduzida ao mínimo necessário, mas os estudos indicam fatores importantes para a saúde humana. Como alternativa, existem experimentos em células, como acontecem em testes de vacina. No entanto, alguns outros medicamentos precisam ser analisados sob o ponto de vista das reações diversas do organismo como um todo. Alguns sintomas e respostas de conjunto de órgãos só são obtidas por meio da experimentação animal.

Mesmo assim, o professor é otimista quanto às perspectivas futuras e faz uma previsão que, em cerca de 15 anos, o cenário do Comitê de Ética será diferente. Há grandes chances que até lá sejam desenvolvidas maneiras de pesquisar que não façam uso dos animais.

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