ISSN 2359-5191

01/07/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 57 - Educação - Faculdade de Educação
Estudo reflete sobre o trabalho com temas de comunicação em sala de aula
Doutoranda da Faculdade de Educação estuda maior aproximação entre as duas áreas

São Paulo (AUN - USP) - A precariedade das aproximações em sala de aula entre educação e comunicação e a importância de tal união na formação dos estudantes em uma época em que as formas de aprender e sentir foram drasticamente alteradas pelas mudanças tecnológicas e comunicacionais. Estes são os temas centrais do doutorado de Simone Rodrigues Batista Um diálogo entre comunicação e educação: a formação inicial de professores em sociedades midiáticas, defendido dia 21 de junho na Faculdade de Educação da USP (FE).

Para analisar o problema, a pesquisadora focou em dois aspectos principais: a formação dos professores e as práticas destes dentro da sala de aula, relacionadas ao trabalho com a comunicação. Para tanto, ela examinou os quadros curriculares e ementas das disciplinas voltadas para tal área nos cursos de graduação em pedagogia oferecidos em seis diferentes instituições em Santos e aplicou questionários a 113 professores do ensino fundamental I de oito escolas públicas da cidade, visando caracterizar a formação destes e suas visões de como lidam com os novos conteúdos e necessidades dos alunos no âmbito da comunicação.

Quanto à carga horária dos cursos de formação, Simone verificou que somente 2,5% do tempo total de cada curso é dedicada a disciplinas que tratem da incorporação de aspectos comunicativos em sala de aula. Além disso, constatou que nessas aulas, o conteúdo é apresentado de maneira reducionista, colocando os meios de comunicação como meros instrumentos facilitadores do aprendizado e não como formadores de processos de socialização dos alunos, influenciando nas maneiras em que estes enxergam a si e ao mundo. Já pelos questionários, constatou o despreparo dos professores para incorporar devidamente temas da comunicação nas dinâmicas em sala e também um contraste entre a percepção destes sobre a necessidade do uso de mídias e manutenção do uso da lousa como suporte majoritário para as aulas.

Em luz de tais constatações, Simone afirma que a comunicação deve ser melhor trabalhada nas escolas, mas de uma maneira que referências das duas áreas se interpenetrem, de modo a evitar o simples transporte de temas de um campo do saber para o outro, buscando espaços em comum entre estes. Assim, Simone propõe uma reformulação dos cursos de formação inicial de professores, de modo a que temas da comunicação permeiem o curso como um todo, deixando de ocupar o espaço de algumas disciplinas somente para tornar-se um eixo do curso. Tais alterações levariam à formação de professores que entendessem e mediassem essa nova presença da comunicação no cotidiano, desenvolvendo com os alunos a prática do diálogo e a percepção de si e do outro e do papel destes como sujeitos dessa comunicação também.

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