São Paulo (AUN - USP) - A educação ambiental consta nas políticas públicas do Ministério da Educação nas escolas da rede pública. Entretanto, esse eixo do ensino não está sendo bem aproveitado, segundo pesquisa realizada na Faculdade de Educação (FE) da USP.

A dissertação de mestrado de Claudia Elisa Alves Ferreira indicou que existem diversas razões para esse problema. A solução possível, segundo a pesquisadora, é a discussão entre coordenação e educadores das escolas para elaborar propostas de mudanças curriculares. Esses profissionais devem atuar para cobrar o poder público por melhores condições e políticas públicas voltadas ao ensino ambiental.

Apesar de os materiais feitos pela Secretaria da Educação serem bem elaborados, eles são difíceis de ser colocados em prática pelos professores. A pesquisadora foi orientada pela professora Myriam Krasilchik no estudo.

Outro obstáculo para o ensino da educação ambiental, apontado pelos professores, é a falta de infraestrutura na maioria das escolas. Ocorre superlotação das classes e impossibilidade de manter os alunos na instituição de ensino por tempo integral. “Isso inviabiliza a organização de atividades adicionais”, relata Claudia. Outro problema relatado é que os acervos nas bibliotecas sobre o assunto são, em geral, limitados. A formação de professores direcionada à educação ambiental também precisa ser mais bem desenvolvida. Os cursos sobre os assuntos são raros e não atendem todas as necessidades que o assunto tem. Ainda assim, os educadores que participaram de formações demonstraram melhora no ensino, o que prova a importância desse tipo de atividade.

Projetos que integrem diversas disciplinas acerca da questão ambiental precisam ser implementados, segundo Cláudia. A educação sobre esse assunto precisa de atividades reflexivas e ações na comunidade. “Participação [dos alunos] era maior quando havia atividades práticas, como as referentes à reciclagem”.