São Paulo (AUN - USP) - Pesquisadores do Laboratório de Bioluminescência de Fungos (LBF) trabalham em pesquisa para verificar a hipótese de que a emissão de luz nesses seres vivos ocorre para facilitar a reprodução. Durante os meses de março e maio, fungos luminosos artificiais foram introduzidos na Mata Atlântica e na Mata dos Cocais, nos Estados de São Paulo e Piauí, respectivamente.

Segundo Cassius Stevani, professor do Instituto de Química da USP (IQ) e um dos pesquisadores envolvidos, o experimento permitiu coletar espécies de insetos que seriam atraídos pela luz. “A idéia agora é ver se os insetos têm hábito noturno e enxergam luz verde. Primeiramente iremos procurar por estes dados na literatura. Se não encontrarmos as informações, teremos de realizar experimentos adicionais”, afirma.

A hipótese levantada pelo LBF é a de que os insetos, após serem atraídos pela luz, passariam a carregar esporos, estruturas responsáveis pela reprodução desses seres, e, assim, promover a dispersão das espécies. “Tanto na Mata Atlântica, quanto na dos Cocais, não há muitas correntes de vento, pois as florestas são bastante densas. Esta seria uma forma alternativa de dispersão de esporos”, explica Stevani. Entretanto, a hipótese não explica o motivo pelo qual o micélio, uma conjunto de filamentos parecido com raízes, estrutura típica de fungos, também emite luz.

O Laboratório de Bioluminescência de Fungos (LBF)
O LBF é o único grupo de pesquisa que trata do assunto no Brasil. No mundo, há grupos que pesquisam o mesmo tema na Rússia, no Japão e nos Estados Unidos. O laboratório brasileiro é formado por pesquisadores da USP, Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e ainda conta com a participação de Dennis Desjardin, da universidade americana San Francisco State University.