São Paulo (AUN - USP) - O Núcleo de Antropologia, Performance e Drama (Napedra) irá fechar projeto temático com publicação de uma coletânea, contendo trabalho dos pesquisadores que fazem parte do grupo. “Em março do ano que vem vamos concluir esse livro, então um novo projeto do núcleo será elaborado”, comenta Regina Müller, antropóloga pesquisadora do Napedra.

O núcleo surgiu em 2001, no interior do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo - USP (PPGAS), a partir da iniciativa de alunos e professores interessados em explorar interfaces da antropologia com o teatro e outras artes performáticas. Em 2005 o grupo passou a ser sediado no Lisa (Laboratório de Imagem e Som em Antropologia) e ganhou um impulso com a entrada de pesquisadores do Instituto de Artes da Unicamp, entre eles Regina.

A antropóloga começou a relacionar seus estudos à performance quando passou a dar aulas de antropologia no curso de graduação em dança na Unicamp. Sua pesquisa na área está apoiada em nomes como Victor Turner e Richard Scheckner. Além disso ela é bastante influenciada pela experiência que teve junto ao grupo paulistano performático da década de 70 o Dzi Croquettes.

O grupo relaciona-se com estudiosos de diferentes instituições, além da USP e Unicamp, no grupo tem professores da Unesp e da Unirio. Eles também estabelecem um diálogo com grupos que estudam performance em outros estados, como o Gesto (Grupo de Estudos em Oralidade e Performance) da UFSC(Universidade Federal de Santa Catarina).

O Napedra tem se articulado também com núcleos de pesquisa do exterior, trouxe no ano passado Diana Taylor, da Universidade de Nova Iorque e nesse ano Richard Scheckner, professor de estudos da performance da mesma universidade.

Existem pesquisadores que analisam e estudam e outros que realizam a arte da performance como parte de sua pesquisa. “É um campo bastante amplo, nós temos três linhas de pesquisa: performance ritual, performance estética e drama, no sentido de drama social” explica a antropóloga.

Assim essa relação entre a produção acadêmica e a produção artística é feita com diversos focos. “Os temas de pesquisa são de diferentes áreas que se interseccionam com a Antropologia, entre elas a etinologia indígena, a cultura popular, as festas populares, os rituais religiosos, etc…”

Mira Chica
Na próxima semana Regina irá apresentar sua performance, que faz parte de suas pesquisas no Napedra. A performance chama-se Mira Chica.

No seu trabalho ela concebeu uma personagem, “é uma encarnação da Carmen Miranda, é uma Carmen Miranda travesti, clownesca, inspirada na estética dos Dzi Croquettes”. Ela faz intervenções em situações acadêmicas. A performance de Regina se constitui de um programa de auditório e ela se articula com a apresentação de um vídeo. O trabalho foi apresentado durante a 28ª Reunião Brasileira de Antropologia, no dia 3 de julho, no Tucarena.