São Paulo (AUN - USP) - Claudia Gasparini defendeu recentemente seu trabalho de conclusão do curso de jornalismo, na Escola de Comunicações e Artes (ECA/USP). Intitulado Olhares sobre uma revolução: como empresas e agências brasileiras compreendem e praticam a comunicação na era digital, o trabalho foi orientado pela professora Elizabeth Saad.

Os objetivos do trabalho eram compreender como as tecnologias de informação e comunicação têm afetado a comunicação corporativa, retratar as transformações na relação entre empresas e agências publicitárias com seu público, além de entender como a chamada web 2.0 é vista pelas corporações.

Para isso, Claudia Gasparini utilizou publicações de especialistas na área, relatórios sobre o relacionamento online no mercado, estatísticas de audiência online e confiança em mídias digitais e entrevistas com os diretores do núcleo digital de variadas agências.

O resultado é um descompasso entre a visão das agências e de seus clientes sobre web 2.0. As empresas que procuram agências de publicidade para anunciar seus produtos vêem a internet como uma simples ferramenta de marketing barata e rápida, ignorando suas peculiaridades.

Por sua vez, as agências vêem a internet como um mundo muito mais complexo onde todos podem produzir conteúdo e com suas peculiaridades. Elas, por exemplo, não utilizariam os mesmos métodos para anunciar em um blog e em um grande portal de notícias.

As empresas também estão muito mais preocupadas com resultados quantitativos, como muitos seguidores no Twitter ou vários likes no Facebook, do que com resultados qualitativos, como anunciar diretamente para seu público alvo. Isso resulta em uma armadilha em que as agências são forçadas por seus clientes a focarem em números, gerando um valor ilusório para seus clientes.

Segundo Claúdia, a solução para esse descompasso entre agências e seus clientes é uma maior integração entre a produção acadêmica sobre o assunto e o mercado. Assim, seria possível para as agências explorar cada vez mais o mundo da internet enquanto se educa as empresas que as contratam.