ISSN 2359-5191

20/07/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 76 - Saúde - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Uso de crack e cocaína por gestantes pode ser detectado em fezes do bebê

São Paulo (AUN - USP) - A exposição de drogas durante a gestação é descoberta por meio da análise das primeiras fezes da criança. A pesquisa é conduzida na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) por Maurício Yonamine.

As primeiras fezes do recém-nascido são chamadas de mecônio, o qual é formado a partir da décima semana de gestação e se acumula no intestino da criança até ser liberado nos primeiros dias após seu nascimento. Desta forma, se a mãe fizer uso de cocaína ou crack durante a gravidez, essas substâncias passarão para o feto e se acumularão no mecônio. Portanto, a análise em mecônio informaria que a criança foi exposta a essa droga durante a gestação.

Os estudos foram iniciados recentemente, mas já foram encontrados resultados positivos para o uso de drogas em casos nos quais não havia suspeita de uso. As consequências para a criança que foi exposta em útero a essa droga podem ser retardo no crescimento e no desenvolvimento.

Como as mães tendem a negar o uso do crack ou cocaína por medo ou por culpa, esse método seria uma forma de diagnóstico segura.Atualmente, estão sendo feitas análises em amostragens de mecônio do Hospital Universitário (HU) para que seja possível ter uma noção da incidência desses casos na população. Com isso, será provável ter uma ideia mais clara da dimensão do problema de mulheres que usam drogas na gestação.

As informações obtidas, posteriormente, poderão ajudar a se pensar em políticas públicas de prevenção e auxílio à mãe e àcriança que são submetidas a essas substâncias. Além disso, a pesquisa auxilia que haja amplas discussões sobre o assunto.

Em 2007, Yonamine realizou pesquisas semelhantes que abordava a análise toxicológica dos bioindicadores do etanol e do tabaco em recém-nascidos do HU. Ele diz que apesar de haver diversos estudos recentes sobre formas de detectar a exposição fetal a drogas, as aplicações rotineiras talvez demorem mais tempo. Isso se deve ao fato de que a tecnologia para isso ainda não é barata. É preciso ter mais informações epidemiológicas para se avaliar as circunstâncias e as necessidades das aplicações desses métodos na própria rotina laboratorial.

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