ISSN 2359-5191

21/07/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 77 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Microscópio eletrônico de varredura aperfeiçoa pesquisas nanométricas

São Paulo (AUN - USP) - Um metro pode ser dividido em cem centímetros ou em partes menores, como em nanômetros. Eles dividem um metro em um bilionésimo de metro. Obtendo o poder de ver um objeto quando está até 300 mil vezes aumentado, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), na USP, adquiriu um microscópio eletrônico de varredura capaz de mostrar os detalhes de um material em medidas nanométricas.

O microscópio, único no Brasil, foi bancado pelo governo do Estado de São Paulo e hoje ajuda diversos centros de pesquisa do IPT. O investimento foi muito grande, mas o pesquisador e responsável pelo equipamento, Marcelo Ferreira Moreira, acredita que será pago com os avanços nas pesquisas do Instituto que ficam mais aprimoradas e trarão lucros em longo prazo. Alguns dos centros que utilizam o aparelho para melhorar suas pesquisas são os Centros de Integridade de Estruturas de Equipamentos, de Têxteis Técnicos e Manufaturados, o Laboratório de Metalurgia e Materiais Cerâmicos, entre outros. Eles trabalham com estruturas muito finas e pequenas, então precisam de uma segurança de que obtiveram o resultado que pensavam. Auxilia pesquisas de ligas metálicas, bionanomanufaturas e na obtenção de borracha em pó.

Para ser instalado, teve de ser feita uma análise dos prédios do IPT, pois a vibração do edifício pode interferir na medição eletrônica, que é muito precisa. A máquina funciona com um feixe de elétrons que se comporta como luz que bate no elemento estudado e reflete para receptores que interpretam a informação recebida. “A luz tem um determinado comprimento de onda que limita a nossa ampliação, você só consegue enxergar nos microscópios ópticos um aumento, no máximo, duas mil vezes”, explica Marcelo. “Para enxergar coisas menores, você precisa de outra luz, aí entra a microscopia eletrônica, em que você usa elétrons para fazer a função da luz. É uma dualidade onda-partícula, o elétron se comporta como luz, mas na verdade é uma partícula.”

Os estudos podem ser feitos a vácuo ou ambiental. No vácuo não é possível analisar objetos orgânicos sem serem desidratados, porque nesse estado a água evapora e o objeto explode. No modo ambiental, pode ser mantida a condição do ambiente para manter intacta a estrutura orgânica a ser analisada. O mais recomendado, porém, é o vácuo, já que as partículas de oxigênio e nitrogênio do ar interferem na ampliação feita por elétrons.

O aumento de um microscópio óptico já é espantoso, um pedaço polido de metal aumentado duas mil vezes mostra suas rugosidades e já é o bastante para que o pesquisador possa distinguir um material do outro. Já o eletrônico mostra uma imagem nítida que foi aumentada o bastante para ver as nanopartículas de uma substância. “Não dá para ver átomos, para isso teríamos que aumentar muito mais. Vendo a imagem, podemos observar as estruturas redondas que medem 0,13 nanômetros. Sabendo essa medida e o tamanho do átomo de ouro, diria que temos 650 átomos nessa nanopartícula”, calcula Marcelo.

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