São Paulo (AUN - USP) - As pesquisas tecnológicas muitas vezes estão voltadas para a conquista da sustentabilidade, buscam-se soluções para substituir materiais usados rotineiramente por outros que sejam melhores para o meio ambiente e ainda viáveis economicamente. Para a pavimentação, já são usados há 10 anos restos de construção e demolição.
Mas a pesquisadora Patrícia Barboza da Silva, do Centro de Tecnologia de Obras de Infraestutura (CT-Obras) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT, desenvolve uma nova tese junto com a Escola Politécnica da USP sobre formas alternativas de efetuar dosagens empregando resíduos de construção e demolição e da indústria de cerâmica vermelha para o uso na pavimentação.
Os agregados reciclados de resíduos de construção e demolição são usados, em geral, nas camadas de base ou de subbase de pavimentos flexíveis, ou seja, ficam abaixo da camada de revestimento superficial do pavimento. O estudo, ainda não finalizado, seria uma forma de incentivar a triagem do resíduo gerado pelas obras de construção e demolição, justificando técnica e economicamente as vantagens desta triagem.
Estudos anteriores já haviam demonstrado que alguns dos elementos presentes nos resíduos de construção podem aumentar a resistência do pavimento e a ideia da pesquisa é testar as diferentes formas de misturar esses componentes para se obter um melhor comportamento das camadas de pavimento mediante as solicitações do tráfego de veículos. “Analisaremos a capacidade de elevação da resistência obtida com a mistura dos agregados reciclados a partir do resíduo de construção e demolição e do resíduo da indústria cerâmica”, explica Patrícia. “Queremos avaliar a possibilidade de empregar esta mistura de materiais para vias com tráfego mais elevado, pois hoje o uso é para vias com baixo volume de tráfego.”
A partir de estudos já realizados, já sabem que a cerâmica vermelha existente no agregado reciclado de construção e demolição contribui para a elevação da resistência em camadas de pavimento que utilizem esse tipo de material, porém ela ainda não foi estudada isoladamente para esta finalidade. “Queremos saber qual é o seu papel dentro da mistura. Fazendo a triagem podemos ver como cada parte interfere na resistência”, fala a pesquisadora.