São Paulo (AUN - USP) - Acontece, entre os dias 8 e 10 de setembro, o colóquio “Ética e Psicologia Moral na Antigüidade”, promovido pelo Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo. O evento – o terceiro já realizado pelo departamento sob o tema geral “Ética e Metafísica em Aristóteles” – reunirá pesquisadores de vários países, como Peru, Venezuela, França e Estados Unidos. “O objetivo é reunir pessoas que têm trabalhos importantes no assunto”, diz o professor Marco Antonio Zingano, organizador do colóquio.
O assunto a que o professor se refere é um pouco mais amplo do que o título do encontro sugere. As apresentações são de em média uma hora, e abordam desde as elucubrações de Sócrates até o período do Helenismo, ou seja, entre 470 a.C. até 30 a.C. Sem dúvida nenhuma, também será farta a discussão sobre Aristóteles, referência unânime por ter sido o primeiro filósofo a escrever um tratado sobre o “dever ser”, nomeando-o com a palavra “ética”. É inclusive com um de seus textos que a organização pretende realizar um workshop com os participantes. A intenção é analisar uma das primeiras versões do texto, sem o intermédio da tradução – no grego antigo, portanto. Tudo para reduzir ao máximo a interferência que afeta os textos e que causa “problemas de tradução e problemas de compreensão”, relata Zingano.
E para quem se pergunta das diferenças entre ética e psicologia moral, o professor já adianta: “A psicologia moral está relacionada a entidades mentais, elementos psicológicos estruturados pelos antigos. A ética, porém, trata de conceituações.” Em outras palavras, enquanto o primeiro compreenderia as forma com que uma época, no caso por meio dos filósofos da Antigüidade, enxerga os processos mentais, realizando suas divisões e classificações da psicologia do indivíduo, as discussões sobre ética giram em torno de denominações, de discussões etimológicas.
O professor lembra que os outros dois colóquios renderam publicações (o conteúdo do segundo ainda está em fase final de organização e deve ser publicado na revista de filosofia Analytica), mas ele não se arrisca a prever os resultados deste. “São possibilidades, tudo são possibilidades”, diz.
As inscrições estão abertas ao público em geral, mas são necessárias para aqueles que gostariam de um certificado de freqüência do curso. Aos demais, é só comparecer ao local das palestras, munido de um forte arsenal de idiomas estrangeiros. Isso porque, uma vez que os pesquisadores realizarão a apresentação na língua em que se sentirem mais confortáveis e que não se contará com tradução espontânea, haverá palestras em inglês, francês, espanhol e, felizmente, português também. As inscrições vão até o dia 09 de setembro e outras informações podem ser obtidas no telefone 3091-3761.