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16/10/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 97 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Censura na atualidade é discutida em seminário da ECA

São Paulo (AUN - USP) - O Núcleo de Pesquisa em Comunicação e Censura (NPCC) da Escola de Comunicações e Artes da USP organizou, de 2 a 5 de outubro, o seminário Censura em Debatepara discutir as manifestações do tema no atual período democrático do país. O evento ocorreu no Centro Cultural Marques de Melo, em São Paulo.

A abertura ocorreu no dia 2, terça-feira, com a presença de Venício Lima, que discutiu a oposição liberdade de imprensa x liberdade de expressão. Para tratar do tema, recompôs o conceito de censura estabelecendo a diferença entre as concepções de liberdade liberal e republicana e ressaltando a importância do sistema capitalista nessa distinção. “A relação da imprensa com o capitalismo aniquila o compromisso com a liberdade de expressão”, afirmou. Seguindo o argumento, deu destaque a um tipo de censura que é infligido não sobre a mídia, mas por ela. “No Brasil, o debate público é majoritariamente pautado pela grande mídia e este monopólio funciona como censura disfarçada”, explicou.

Na quarta-feira, 4, três mesas debateram as relações dos processos censórios com a imprensa, o cinema e a sexualidade. Lino Bocchini, autor do blog Falha de S. Paulo, fechado devido a um processo do jornal Folha de S. Paulo também se referiu, na mesa sobre democracia e liberdade de expressão, à censura infligida pela própria imprensa, dessa vez no campo judicial. “AFolha nos processou por uso indevido da marca e utilizou esse argumento para retirar nosso conteúdo do ar. Está claro que o motivo não era esse”, afirmou Bocchini, explicando que o processo, ainda em tramitação, é o primeiro desse tipo no País e que se torna muito importante por abrir precedentes para futuros casos semelhantes.

Interdições sobre a literatura, a questão da classificação indicativa e o diálogo entre o direito, a garantia de direitos e a censura foram os temas abordados na quinta-feira, 5. O jornalista Amaury Ribeiro Jr., autor do livro Privataria Tucana contou as dificuldades que teve para divulgar e vender seu livro. Davi Brasil, diretor do Departamento responsável pela execução da classificação indicativa no país, defendeu os procedimentos de classificação como um dispositivo democrático de proteção da infância distante dos casos de censura estatal. As mesas foram encerradas com o lançamento do livro Seminários sobre Censura, organizado pelo NPCC.

O dia de encerramento contou coma presença da dramaturga Renata Pallotini para tratar da relação entre censura, arte e revolução, além de mesa sobre as repreensões ao humor, com o diretor dos Parlapatões, Hugo Pussolo e a autora do blog Escreva Lola, Escreva, Lola Aronovich. A última mesa do evento trouxe a discussão sobre cinema e censura nos casos da Síria e do Irã.

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