São Paulo (AUN - USP) - “Discutir a História e confrontar a objetividade dos fatos com sua representação literária.” Este foi o objetivo proposto para a XV Semana da Literatura Alemã encerrada no último dia 15, com promoção do Departamento de Letras Modernas da Universidade de São Paulo. Neste ano, a organização levou em conta a aproximação dos 200 anos da morte de Friedrich Schiller, poeta e dramaturgo alemão, além de criador do “drama histórico” – daí a opção pelo tema.

As palestras foram dadas por professores das universidades estaduais paulistas USP e Unesp, e abrangeram autores de referenciais da literatura alemã. “Os temas abordados foram o Classicismo Alemão, com Schiller, e manifestações da literatura pós-moderna, tendo sempre por eixo comum a relação entre Literatura e História”, conta a professora Eloá di Pierro Heise, que integrou a organização do evento, ao lado do professor Ulrich Johannes Beil, ambos da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP.

Na programação, houve sessões dedicadas às relações entre o romance de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, e a cultura alemã, lançamento do livro grandesertão.br – o romance de formação do Brasil, de autoria do professor Willi Bolle, que analisa a obra do autor brasileiro sob uma ótica que remonta ao Classicismo alemão, por trabalhar a idéia do romance de formação.

O ciclo de palestras não ficou restrito aos especializados no tema. “A Semana foi pensada como um curso de divulgação cultural”, diz a professora. “A literatura alemã, por ser escrita em uma língua pouco difundida entre nós, só alcança um público maior no Brasil através de traduções, normalmente não feitas a partir do original alemão. Assim, a discussão dessa literatura por estudiosos que têm acesso à língua original proporciona um enfoque diferenciado e um caminho para um mundo cultural de suma importância na Filosofia e na Teoria Literária, base comum para o estudo de todas as literaturas”, ressalta Heise.