São Paulo (AUN - USP) - Candidatos à diretoria da Escola de Comunicações e Artes (ECA) se mostraram favoráveis à construção do novo prédio da unidade. O edifício, que já gerou inúmeras discussões tanto entre alunos e funcionários, ficou conhecido como Nova ECA. Este foi um dos temas discutidos durante o debate realizado esta semana com transmissão do IPTV-USP, portal que disponibiliza vídeos e atrações ao vivo da universidade.
“Acho que a ECA merece um novo prédio, não necessariamente este prédio”, disse o candidato José Coelho Sobrinho. Ele, que é o atual chefe de departamento do CJE (Departamento de Jornalismo e Editoração), diz não saber qual o melhor formato ou local para a nova construção. No entanto, ele define como inadmissível que a ECA tenha cursos funcionando em espaços que não foram criados para ser uma escola. Além disso, o candidato não acredita que os prédios atuais tenham carga histórica necessária para que sejam preservados. Sobre o diálogo com os alunos, ele afirma que precisa haver uma troca no sentido dos alunos também ouvirem a direção.
Maria Dora Genis Mourão, atual vice-diretora da unidade, propõe o diálogo com os alunos, por meio de uma comissão que seja composta também por representantes de professores e funcionários. Segundo Dora, esta comissão deverá ter contato direto com os arquitetos responsáveis pelo novo prédio. Ela acredita que não seja mais necessária a mediação da diretoria, embora no início do projeto tenha sido.
Margarida Maria Krohling Kunsch, chefe do CRP (Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo) concorda com Dora quanto à comissão de professores, funcionários e estudantes. Entretanto, ela questiona a impossibilidade de se fazer reformas durante os quatro anos de construção.
Durante o debate outras questões foram abordadas. Entre elas, a falta de comunicação em uma unidade que leve este nome, a interação entre os departamentos da ECA e o tratamento que a EAD (Escola de Arte Dramática) recebe por parte da Universidade. Elas foram respondidas de forma parecida pelos candidatos. Todos vêem a necessidade de promover uma interação e comunicação melhor, as diferenças estão na forma proposta para solucionar estes problemas.
A questão da EAD mostra algumas destas distinções. A escola não tem direito a carro e seus alunos não tem direito a bolsas de monitoria, por exemplo. Além disso, ela tem enfrentado problemas com contratos de professores e pagamentos de diretores convidados a dar aulas no local. A diretora da EAD questionou os candidatos a respeito de um trabalho em conjunto para que estes problemas sejam resolvidos junto à Reitoria.
Coelho acredita que a futura gestão deve lutar para que se mude certos aspectos do regimento da Universidade que geram estes problemas. Ele também diz que, esgotadas outras possibilidades, é preciso mostrar a presença política da unidade e reivindicar estas mudanças por meio de manifestações e eventos.
Margarida pensa que, para se alcançar tais mudanças, é indispensável buscar apoio em outras unidades da USP, fazendo uma pressão maior para que elas aconteçam. Ela também acredita que é necessária uma postura política por parte da unidade para que se chegue a melhores resultados.
Maria Dora, por sua vez, que a decisão deve passar primeiro pela própria unidade. “A ECA não decidiu o que ela quer da EAD ainda”, afirma. A candidata diz que após discussão interna será possível avançar instâncias externas com mais facilidade, mas que sem este primeiro passo, qualquer outra ação fica impossibilitada.