São Paulo (AUN - USP) - Segunda-feira de manhã, você acorda atrasado, se arruma correndo, deixa o café da manhã de lado e sai de casa. Na avenida principal próxima a sua casa tem um grande engarrafamento: uma árvore caiu e toma duas das três pistas. Essa situação não é estranha para moradores de regiões arborizadas de São Paulo, mas poderia ser evitada através de uma medida simples: exames preventivos.

Como todos seres vivos, as árvores ficam doentes, envelhecem e morrem, o problema é que a queda de uma árvore em local de passagem pode causar graves acidentes, além de grandes transtornos. Daí a necessidade de conhecer o estado de saúde das árvores plantadas pelas calçadas da cidade.

Este estudo já está sendo realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, e leva o nome de Projeto Árvore Saudável. Seu objetivo é determinar as principais causas da queda de árvores em nossas ruas. O trabalho inicial é realizado em cinco subprefeituras: Pinheiros, Vila Mariana, Sé, Santo Amaro e Lapa.

A análise começou em novembro de 2003 e envolve duas fases. Na primeira, é feita uma inspeção externa para diagnosticar a presença de cupins e fungos, também são medidos as dimensões da árvore. Na segunda fase, a inspeção é interna, feita com um aparelho chamado penetrômetro que verifica a presença de organismos no interior da árvore.

A partir dos números contabilizados até o momento, o pesquisador responsável, Sérgio Brazolin, afirma “A situação das árvores é crítica.” Nas ruas mais verdes da cidade encontramos espécimes com mais de 80 anos, fora isso ainda devemos considerar que “a maior parte das árvores plantadas nos passeios públicos são inadequadas quanto ao porte”.

Até o momento, a principal causa detectada para as quedas é a presença de cupins subterrâneos e fungos apodrecedores nos troncos e raízes.

O projeto também abrange o desenvolvimento de um software para gestão da arborização da cidade que compreende o cadastramento das árvores (espécie de RG para cada exemplar que traz as principais informações) e inspeções periódicas pelos técnicos da subprefeitura , para tornar possível o planejamento do manejo das árvores da cidade.

Pretende-se que por meio deste estudo seja calculado o risco da queda do exemplar, e desta forma a Prefeitura pode retirá-la antes que aconteça este acidente.

O software deve ser entregue no final deste ano. Junto dele será elaborada uma cartilha para o contribuinte, apresentando de maneira simples esse estudo a fim de que as pessoas estabeleçam uma melhor relação com as árvores nas vias públicas.