ISSN 2359-5191

06/10/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 13 - Educação - Faculdade de Educação
Projeto interdisciplinar de educação coloca estudantes em contato com o meio em que vivem

São Paulo (AUN - USP) - Promover uma vinculação entre o que é ensinado nas escolas e a vida dos alunos, além de colocá-los em contato com o meio em que vivem, são alguns dos objetivos do chamado Estudo do Meio, projeto aplicado por um grupo de professores do Laboratório de Pesquisa e Ensino em Ciências Humanas da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (LAPECH - FEUSP) em algumas cidades, como ocorre recentemente em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. O Estudo do Meio busca desenvolver o ensino através de um método interdisciplinar, que prevê uma maior aproximação entre diferentes disciplinas.

O grupo é coordenado pela geógrafa e educadora Dra. Nídia Nacib Pontuschka, que leciona na FEUSP, e é composto por matemáticos, biólogos, historiadores, lingüistas e outros especialistas. Este grupo multidisciplinar do LAPECH promove trabalhos de capacitação em várias cidades do Estado de São Paulo. Atualmente, desenvolvem projeto com coordenadores pedagógicos das escolas municipais de Guarulhos, num trabalho com o nome, ainda provisório, de “A Coordenação via o Estudo do Meio”.

Segundo Nídia, o Estudo do Meio não é recente na educação. Apesar disso, esse método interdisciplinar de ensino e aprendizagem foi proibido durante a época da Ditadura Militar (1964-1985), quando o ensino ficou restrito às salas de aula, mantendo a divisão do conhecimento. A educadora destaca que uma das características do trabalho é a preocupação ambiental. Para ela, o projeto “enriquece a discussão em salas de aula para questões que a escola muitas vezes não está preocupada”. Como exemplo, cita a Serra da Cantareira em Guarulhos, área de mananciais onde houve um grande desmatamento que trouxe - e ainda pode trazer - problemas ambientais para o local.

Várias visões, um mesmo assunto

A bióloga Dolores Takeyama, que ingressou no grupo em 1998, destaca que em cada trabalho a equipe tem várias visões sobre o mesmo objeto de estudo. As diferentes idéias são discutidas para se promover a capacitação dos indivíduos envolvidos (neste último caso, os coordenadores pedagógicos das escolas municipais de Guarulhos).

Dolores ressalta que, apesar da formação mista do grupo, não há problemas de concorrência. Todos buscam o crescimento intelectual e a integração. Nídia reforça essa imagem, citando que o trabalho é sempre coletivo e que o grupo busca pessoas dispostas a trabalhar em equipe.

Diversos destes projetos do LAPECH ocorrem em parceria com Secretarias Municipais de Educação do Estado de São Paulo, e trouxeram resultados. Na cidade de Espírito Santo do Turvo, no interior no Estado, onde o grupo trabalhou em parceria com outras unidades da USP, Dolores cita que não há mais o mesmo índice de desemprego. Para ela, é importante ver o caminho que a universidade precisa tomar para atender às demandas da população. Segundo a bióloga, “se se retira algo da sociedade, tem que devolver algo a ela”. Tanto Dolores como Nídia comentam que o grupo também aprende a cada novo projeto. O resultado maior vem em termos de valores, com os trabalhos coletivos e a diminuição da hierarquia dentro da equipe.

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