ISSN 2359-5191

10/11/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 18 - Saúde - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Educação melhora saúde de pacientes hipertensos
Pesquisa mostra que orientações sobre pressão alta ajudam no combate à doença

São Paulo (AUN - USP) - Oferecer aulas sobre itens simples, como alimentação, atividades físicas e medicamentos, pode ser eficaz no combate a hipertensão, uma das doenças mais comuns do mundo. Essa é uma das conclusões da tese de doutorado Orientação Educacional do Paciente Hipertenso, de Ana Luiza Pereira Moreira Mori, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP).

Essa conclusão foi tirada de um estudo que durou cerca de um ano e contou com o apoio de uma equipe formada por médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e professores de educação física. A pesquisa, realizada no Hospital Universitário da USP (HU), consistia na comparação do quadro clínico de 75 pacientes hipertensos ambulatoriais, ou seja, os doentes que não estão internados, mas fazem controle da doença no hospital. Desses, 41 receberam aulas e orientações sobre os tópicos da doença, tais como tomar as medicações de forma correta, fazer exercícios regularmente e manter uma dieta mais leve e saudável. Os outros 34 faziam parte de um grupo de controle, que não recebeu as aulas, mas continuou com o tratamento regular.

Eram quatro grandes blocos de aulas, um sobre melhorias no estilo de vida, um sobre os remédios usados para controlar a pressão, um sobre a hipertensão arterial e o último com um resumo das três aulas. Além das palestras para grupos pequenos, de até dez pessoas, houve também o acompanhamento individual, no qual a profissional esclarecia as dúvidas de cada um dos pacientes. No início e no final da pesquisa, os participantes responderam a um questionário para avaliar o nível de conhecimento deles sobre a doença. No final, os que receberam orientação aumentaram o número de acertos nesse questionário.

O resultado das aulas foi uma melhora superior no grupo dos que receberam as orientações de Ana Luiza e sua equipe, se comparadas com os pacientes de controle. No primeiro grupo, 48% apresentaram normalização da pressão arterial. Já no segundo, também houve melhora, mas a normalização da pressão aconteceu entre 21% dos pesquisados. Outras variáveis que foram analisadas, como colesterol, triglicérides e índice de massa corpórea também tiveram melhorias mais significativas entre os que freqüentaram as aulas.

“O processo educativo, utilizado nesse estudo, melhora a resposta do paciente no tratamento contra a pressão alta”, explica Ana Luiza. “Ele deve fazer parte das estratégias terapêuticas de serviços de atendimento a pacientes hipertensos”, conclui a farmacêutica.

A pesquisadora continua fazendo trabalhos na área educacional. Ela está envolvida em um projeto de atenção farmacêutica ao paciente hipertenso ambulatorial.

A doença

Estima-se que 20% da população mundial sofram com a hipertensão, que não tem cura (doença crônica). O paciente, em geral, não apresenta sintomas, ele não sente que está doente até que um dia ele mede sua pressão e ela está alta. Para confirmar que o indivíduo está realmente com a doença, é necessário um acompanhamento médico durante alguns meses, antes de iniciar o tratamento.

Existem diversos fatores de risco para o desenvolvimento do mal. Alguns exemplos são histórico familiar, ingestão de bebidas alcoólicas, consumo de sal, obesidade.

Segundo Ana Luiza, a motivação para fazer a pesquisa surgiu da observação, nos balcões das farmácias, das dúvidas dos pacientes hipertensos sobre a doença e seus medicamentos.

Mais informações:
Hospital Universitário da Universidade de São Paulo
Telefone: (11) 3039-9246

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