Durante os dias 5 e 9 de junho, a terceira edição da Virada Sustentável tomou conta de mais de 150 lugares na capital. Cerca de 600 atividades culturais e recreativas com temas ligados à sustentabilidade foram realizados com o objetivo de informar e mobilizar a população para um modelo de vida mais ambientalmente correto. Nesse ano, pela primeira vez, a ECA (Escola de Comunicações e Artes da USP) foi palco do evento. Com foco na relação entre Comunicação e Sustentabilidade, ao longo do dia 6, diversas atividades foram desenvolvidas. Uma delas foi a 1ª Jornada Acadêmica Discente do PPGCOM (Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da ECA-USP), na qual pesquisadores do programa puderam apresentar seus estudos, ainda em andamento, relacionados ao tema principal. Backer Ribeiro Fernandes e Beatriz Redko foram dois dos participantes. O primeiro falou sobre a comunicação nos processos de licenciamento ambiental no Estado de São Paulo e a segunda sobre a sustentabilidade do idoso e envelhecimento autêntico.

A comunicação nos processos de licença ambiental

O licenciamento ambiental é um processo obrigatório para todas as obras de grande porte que provoquem impacto na natureza, incluindo as do próprio Estado. O principal instrumento para a concessão da licença, segundo Fernandes, é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), no qual são analisados as consequências para o meio ambiente decorrentes do projeto. Após essa concessão, é necessário que a empresa beneficiada tenha um plano de comunicação do empreendimento, ou seja, ela precisa informar os detalhes da iniciativa a ambientalistas, governo e população no geral, prezando, assim, pela transparência.

A pesquisa de Backer Fernandes visa analisar se essas empresas estão comunicando o que realmente deveriam, se estão envolvendo as lideranças locais e tornando a concessão um processo participativo, ou se o plano de comunicação relatado no documento para a concessão está apenas no papel. Para isso, o histórico dos Estudos de Impacto Ambiental estão sendo analisados, além disso entrevistas com pessoas da área serão feitas.

A principal contribuição que Fernandes deseja com sua pesquisa é desenvolver um termo de referência, um plano de comunicação padrão para que todas empresas sigam. Assim, com a padronização, ele  espera “obrigar as empresas a comunicar e a envolver as pessoas” e também a fazê-las utilizarem mais a internet e a mídia como pontes para essa comunicação.

Sustentabilidade de idosos

Após se aposentar, Beatriz Redko começou a pesquisar sobre sustentabilidade de idosos. Porém, em sua pesquisa, só encontrou programas sobre pensão e doença. Com isso, segundo ela, surgiu a ideia de fazer um programa diferente, com os funcionários da ECA a partir dos 55 anos, preparando eles para a aposentadoria. Isso daria uma perspectiva para o idoso pós-aposentadoria, visto que, depois disso, ele fica sem muitas alternativas do que fazer para complementar a renda e também como lazer.

“A ideia é montar um grupo com essas pessoas para fazer uma plataforma digital wiki de discussão, primeiro das próprias trajetórias deles”, explica Beatriz. O projeto visa fazer com que as pessoas examinem a própria vida antes da aposentadoria e descubram o que gostam de fazer e se aperfeiçoem nisso enquanto podem, para que, no futuro, essa atividade se torne cotidiana e os idosos façam o que gostam, porque, como complementa Beatriz, “para envelhecer bem é preciso ser autêntico”.