ISSN 2359-5191

17/06/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 1 - Meio Ambiente - Escola de Comunicações e Artes
Sustentabilidade é foco de apresentações
Alunos de administração da ETEC de Heliópolis debatem os problemas ambientais e soluções para o meio-ambiente

A “Virada Sustentável”, que ocorreu na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) no dia 6 desse mês, contou com a participação dos alunos do curso de Administração da Escola Técnica Heliópolis (ETEC Heliópolis) no debate: “Educação, meio-ambiente e sustentabilidade”. Os estudantes apresentaram seus trabalhos de conclusão de curso voltados à sustentabilidade, alertando e propondo soluções para os problemas de agressão ao meio-ambiente.


A ideia principal dos trabalhos de conclusão de curso era a criação de empresas. No debate, apenas as questões relacionadas a sustentabilidade foram abordadas. (Foto: Eduardo Peñuela)

Logística reversa

Hoje em dia, é muito difícil encontrar alguém que compre apenas o necessário. Dessa forma, com o aumento do consumo desenfreado, há um proporcional crescimento do lixo. Segundo o grupo “a importância da logística reversa de pós-consumo na imagem das empresas”, as companhias estão se preocupando cada vez mais com o destino final de seus produtos, que na maioria das vezes são feitos para durarem pouco.

O sistema logístico abrange desde o pedido do cliente até a entrega do produto para o consumidor final, ou seja, da matéria-prima ao transporte. Já a logística reversa tem como objetivo a destinação ambientalmente correta do produto em sua hora de ir para o lixo, tanto para os produtos do pós-consumo quanto aos de pós-venda. Os primeiros podem se dividir em duas categorias: produtos que podem ser colocados no mercado ou aqueles que estão no final da vida útil, podendo-se assim, reaproveitar seus componentes. Já o segundo grupo é o contrário, abrange produtos que não possuíram utilização.

Com isso, a logística reversa planeja desde a fabricação do produto, até sua venda no varejo, e depois, a sua devolução ao meio-ambiente. O motivo da adoção, segundo o grupo, pode ser dividido em três aspectos: econômico, pois viabiliza a reutilização de componentes e abaixa o custo das empresas na produção de novos materiais. Ambiental, pois o descarte correto ameniza impactos ambientais gerados por lixo. E, por fim, legislativo, porque as empresas estão submetidas à lei 12.305/2010, que cria a responsabilidade e a obrigação de que todas as empresas, importadoras, consumidoras e todos os órgãos públicos tenham responsabilidade de recolher ou mandar para aterros sanitários seus lixos.


Lâmpadas fluorescentes

Outro grupo que apresentou seu trabalho abordou a temática Reciclagem de lâmpadas fluorescentes aplicada na logística reversa, que traz à tona os problemas dessas fontes de iluminação massivamente utilizadas em todos os cantos do mundo. No Brasil, 290 milhões de lâmpadas fluorescentes são comercializadas anualmente, e apenas 5% delas são recolhidas corretamente, trazendo tanto problemas sociais quanto ambientais no descarte desses frágeis produtos, que podem poluir o solo e consequentemente, os lençóis freáticos. Sem contar que, em sua composição, possuem mercúrio, que podem causar problemas à saúde humana, que vão desde dores intensas e sangramentos, até anemia e câncer.         


Revestimentos biológicos

O ramo da construção civil, também preocupada com a sustentabilidade. Segundo os integrantes do trabalho “implantação de revestimento biológico para a criação de fachadas verdes”, os resíduos deixados por construções geram grandes malefícios ao meio-ambiente – que vão desde aumento no índice de CO2 e poluição visual, até problemas relacionados à saúde e locomoção de pessoas.

Os revestimentos biológicos podem, além de diminuir gastos com estética, evitar gastos com ar-condicionado e ventiladores. Criadas por espanhóis, as “fachadas verdes” possuem em sua composição, além do tradicional cal, água, cimento e areia, a adição de musgos e líquens. As plantas, após três meses, já são visíveis, segundo o grupo.

Uma das vantagens de usar o revestimento biológico é que as plantas acabam dando um maior conforto interno, segundo o grupo, pois captam a radiação solar e o CO2. Além disso, eles conseguem se adaptar em diversos tipos de substratos e retirar da umidade do ar toda a água necessária para sua reprodução.

 

Detergentes

Mais um grupo que trouxe um importante tema para o debate é o Ecotuí [ecologia + periquito, em tupi-guarani]: logística reversa da embalagem de detergente recarregável biodegradável feito a partir do óleo de cozinha, que alertou sobre os problemas do produto utilizado principalmente na limpeza de louças sujas. O detergente, porém, tem como um dos seus principais componentes a glicerina, que quando entra em contato com a água, retira o oxigênio desta, prejudicando a vida marinha e de aves. Estes possuem suas penas impermeabilizadas por uma secreção oleosa, e, se entrar em contato com os detergentes, as aves se molham fazendo com que morram afogadas.

Outro problema existente nesses produtos são os “cisnes-de-detergente”, explica o grupo. Eles reduzem a penetração do oxigênio na água afetando as formas aeróbicas aquáticas por causa de uma camada espessa de espumas que se forma em sua superfície. Os detergentes podem também favorecer o processo de eutrofização, que é o fenômeno causado pelo crescimento de nutrientes na água, que aumentam a formação de algas. 

 

 

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