ISSN 2359-5191

17/06/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 1 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Importância da Mata Atlântica é discutida em Virada Sustentável

Os parques nacionais brasileiros são estranhos à grande parte da população e, ao que parece, o seu potencial econômico e gerador de empregos, ao poder público. Ligada a estas unidades de conservação está a Mata Atlântica, cuja restituição de florestas possui uma considerável rede anônima de colaboradores, além de o bioma contar com engajamento e mobilizações em favor de sua conservação. Em vista do crescente desmatamento na área, a indiscutível importância da Mata Atlântica, tanto do ponto de vista ambiental quanto do econômico, foi discutida em oficina da Virada Sustentável que aconteceu na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. O evento ocorreu no último dia 6 de junho.

Unidades de conservação

Dentre as unidades de conservação da Mata Atlântica estão alguns parques nacionais, unidades criadas para preservar ecossistemas naturais importantes ecologicamente. Este tipo de parque cobre 16% do território brasileiro, conforme a coordenadora de projetos do Instituto Semeia, Anna Carolina Lobo. Ela afirma que eles podem ser utilizados para recreação, turismo ecológico e pesquisas científicas, quando autorizadas. No entanto, indica que não são explorados como fonte de riqueza para o país, visto que são muito pouco visitados aqui no Brasil, onde recebem menos de 3% das visitações em relação aos Estados Unidos, por exemplo. Deste modo, os parques brasileiros não arrecadam recursos advindos do uso público.

Conforme Anna Carolina, o Instituto Semeia fez o estudo de algumas possibilidades para atrair recursos para os parques em vista de parcerias entre os setores público e privado. Uma série de critérios, integrada aos vários tipos de turismo, foi elencada com base naquilo o que interessa para cada um destes setores. A coordenadora de projetos afirma que um modelo, com vistas a trazer recursos do turismo para a conservação, está sendo testado em Minas Gerais. Nele, o setor público paga para o privado quando o turismo está em baixa e, quando está em alta, os lucros são compartilhados; há uma relação de sociedade, em que o objetivo seria aliar a conservação e o desenvolvimento. É necessário “explorar mais esse orgulho dos brasileiros de viverem num país tão lindo em biodiversidade”, diz Anna Carolina.

Pacto Mata Atlântica

Quanto aos movimentos de preservação e resgate de áreas perdidas da Mata Atlântica, é relevante a atuação do Pacto pela restauração do bioma. De acordo com o secretário executivo do Pacto, Pedro Sanches de Castro, o acordo foi feito por empresas, governos e ONGs com a finalidade de recuperar florestas no local, o que também traria oportunidades de ocupações para trabalhadores da zona rural. Castro explica que o Pacto reúne organizações que tentam restaurar a Mata Atlântica, além de trabalhar aprimorando técnicas de recuperação de florestas e produzindo protocolos – para monitorar projetos de restauração, por exemplo. O secretário conta que a meta para até 2050 é recuperar até 15 % do que seria a Mata Atlântica

Existe um cadastro de iniciativa de restauração on-line, no site do Pacto, para troca de experiências entre todos os que fazem restauração em suas organizações. “A ideia do Pacto é de mobilizar e fornecer informações que sejam úteis para políticas, projetos etc.”. Entre as categorias de participação no projeto, Castro afirma que existe espaço para voluntários, que podem trabalhar, inclusive, entrando em contato com as organizações do próprio Pacto.

SOS Mata Atlântica

Outra forma de mobilizar o cuidado do já tão maltratado bioma está presente na SOS Mata Atlântica. Afra Balazina, gerente de comunicação desta organização, afirma que ela é uma ONG voltada para a mobilização das pessoas, por isso há campanhas até mesmo com linguajar publicitário para chamar a atenção do público para problemas ecológicos. O vídeo “Que Se Dane”, um filme bastante provocativo em que uma série de notícias ruins é aclamada é um exemplo disso. Além da campanha “Xixi no Banho”, produzida pela organização, que também é significativa ao apelar para o imaginário infantil.

A gerente de comunicação conta que a primeira campanha elaborada pela ONG, em favor da despoluição do Rio Tietê, alcançou êxito em razão da parceria com veículos de comunicação, muito importantes na divulgação. Ela aponta que hoje há o “ciberativismo virtual”, forma significativa de ativismo on-line que se presta a divulgações de causas, reivindicações e organização de mobilizações, por exemplo. Há a uma união da SOS Mata Atlântica, Instituto Ambiental Vidágua e Grupo Abril neste campo.

 

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