A lei das cotas prevê a implementação da reserva de vagas nas universidades federais brasileiras, afirma o professor Dennis de Oliveira, pesquisador da Escola de Comunicação e Arte da USP (ECA).
Pelo fato da USP, Unesp e Unicamp não terem cotas, elas sofrem pressão da sociedade para que se adote também o sistema, apesar da resistência das direções dessas universidades estaduais.
Os reitores das universidades paulistas elaboram o Pimesp (Programa de Inclusão por Mérito). O programa, tem sido rejeitado por professores e pelos estudantes do movimento negro, porque cria a ideia de preparação prévia com a criação de um curso de dois anos para os estudantes que saírem das escolas públicas ou que são beneficiários de cota. Estes alunos, antes de ingressarem nas universidades estaduais, primeiro terão que fazer essa pré-Universidade, de dois anos. E é por esta razão que o movimento social dos negros tem rejeitado esta proposta.
Oliveira falou que atualmente os alunos cotistas tem tido um bom desempenho acadêmico nas universidades federais, praticamente semelhante aos alunos não cotistas. Oliveira disse também que a evasão dos cotistas é menor que a dos não cotistas.
A questão do preconceito
Para Oliveira, a questão da discriminação racial é algo que vai existir sempre, tendo cota ou não, o que temos que garantir é o direito. A discriminação racial tem que ser combatida no ambiente acadêmico, pois o racismo é crime no Brasil. O professor afirma que não tem sido um problema que tem dificultado a vida dos cotistas, porque é um problema que já se esperava acontecer. Ele também disse que todo preconceito sempre parte de uma ideia de que “há uma superioridade em relação aos outros”.
Reação à implementação da lei
Dennis de Oliveira lembra que a cota é opcional. Se o aluno afrobrasileiro não quiser ingressar na universidade por cota, ele pode disputar por via normal como qualquer outro estudante.