ISSN 2359-5191

12/07/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 55 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Livro-reportagem narra as transformações da Augusta

O livro-reportagem feito pela estudante de jornalismo Beatriz Miliorni Amendola, orientada pelo professor Eugênio Bucci, A 120 por hora – História e as transformações velozes da rua Augusta como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) mostra como essa rua, que é um símbolo da cidade de São Paulo, foi se transformando com o passar do tempo.

A escolha do local se deveu ao fato de que a Augusta é uma rua que está em evidência tanto por causa da especulação imobiliária que ela vem sofrendo, quanto por ser um foco de entretenimento noturno com os seus bares e as suas baladas muito bem conceituados tanto pela casta da população que a frequenta, quanto pela crítica que analisa tais locais. Além disso, é uma importante rua de ligação, que une a região dos Jardins ao centro da cidade, possuí lojas bastante características que formam o comércio relacionado à ela. Fatores pessoais também afetaram essa escolha pois a estudante percebia que na rua tinha um pouco de tudo e achava estranho ver que as opiniões sobre a rua também eram bem divergentes.

“Minha mãe achava o lugar horrível, já a minha avó o achava fino”, afirmou Beatriz para começar a falar das grandes transformações ocorridas no lugar ao longo do tempo. Dividido cronologicamente em introdução e mais três capítulos, o livro narra a Augusta desde o seu início, quando ainda era um trilha, até  abordar os novos rumos, a especulação imobiliária e a revitalização que ela vem sofrendo nos dias atuais.

As décadas de 1960 e 1970, afirmou Beatriz, foram o auge da rua, que era visto como um lugar bastante fino e glamouroso. Entretanto, ela começou a entrar em decadência, o que faz com que muitas pessoas “como a minha mãe”, brinca a estudante, achem o lugar horrível. E finalmente, com o aparecimento de casas noturnas e bares, a rua voltou a ser bem conceituada entre a população.

Para a elaboração do livro, a garota utilizou tanto do recuso da pesquisa em acervos, quanto o da ida a campo, não mais como frequentadora, afirmou ela, mas com a intenção de captar a maneira como as pessoas interagiam tanto de dia quanto de noite.

As principais surpresas que a pesquisa, para Beatriz, se relacionaram com o papel transformador do trânsito, que foi ponto chave de todas as as mudanças ocorridas, com a Baixo Augusta ter sido relegada para um segundo plano desde o auge, e não desde a decadência, com o fato dela ser ponto de prostituição desde o auge também, pois meretrizes de luxo iam para lá encontrar com os seus clientes, e principalmente com o fato de que, diferente do que era propagado, a Augusta nunca chegou a “morrer”. Sempre foi um ponto bastante importante para a cidade de São Paulo e o que realmente aconteceu com ela foi a sua transformação intensa.

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