ISSN 2359-5191

12/08/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 62 - Arte e Cultura - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Cinema brasileiro vive um dos melhores períodos da história
Cena do filme Cidade de Deus

No último dia 24 de junho aconteceu na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) um debate sobre Cinema Brasileiro Contemporâneo. Estavam presentes o professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA), Ismail Xavier autor de diversos livros sobre crítica de cinema e o diretor e roteirista Eduardo Valente (Sol Alaranjado, 2003; No Meu Lugar, 2009). Foram discutidas as características da atual produção cinematográfica brasileira e os meios que sustentam essa produção.

Segundo Ismail, na segunda metade da década de 90, com o chamado Cinema da Retomada, a produção nacional cresceu na qualidade e na quantidade, e essa melhora vem até hoje. Parte disso é devido a criação da Lei do Audiovisual (lei de investimento na produção e co-produção do audiovisual). Entretanto, ela também cria um tipo de produção peculiar no País. Como o incentivo é feito pelo governo, há uma espécie de sentimento criado no qual o conteúdo produzido precisaria ser legitimado, isso quer dizer, que a produção necessitaria ter algum retorno para o País, como lucro.

Esse fator poderia ser um dos motivos para que hoje a produção de filmes comerciais esteja tão presente. Atualmente, por exemplo, há uma grande produção de filmes de comédia e temáticas a respeito da criminalidade no País. Ismail ressalta também algumas características muito presentes nessas produções, como uma forte hierarquização e patriarcalismo nas relações entre os personagens, além de uma constante e conflituosa relação de poder.

Segundo Eduardo Valente, recentemente vem surgindo uma corrente quase oposta ao Cinema da Retomada. É uma produção que caminha entre as características do cinema experimental e do documentário. Trabalha muito com a ideia de extensão temporal, relacionada ao plano e à trama, e há um costume de deixar a conclusão em aberto. Outra característica desse novo cinema é um tipo de “cinema de afeto”, como diz Valente, que são produções envoltas em um clima de amizade, atrás da câmera, pela câmera e, no próprio desenrolar da história, há uma aproximação do enredo com o personagem.

Segundo Ismail, estamos passando pelo melhor momento do cinema brasileiro das últimas décadas. Nos últimos anos, tivemos produções com grande repercussão como Cidade de Deus (2002) e Tropa de Elite 2 (2010). Além disso, atualmente vivemos um momento inédito da história da produção cinematográfica no País: produções a longo prazo estão sendo confirmadas, como filmes marcados para ser lançados em 2014 e para 2015.


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