ISSN 2359-5191

25/09/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 70 - Arte e Cultura - Faculdade de Educação
Cinema e sociedade norte-americanos dos anos 1970 são tema de debate na FE
Fonte: Divulgação

Aconteceu no dia 24 de agosto mais um debate sobre Cinema no Lab_Arte, laboratório didático da Faculdade de Educação da USP (FEUSP). Sérgio Alpendre, mestrando da ECA e crítico cultural no Guia da Folha, UOL Cinema e Revista Interlúdio, analisou o filme Rocky, um Lutador (1976). O evento faz parte dos estudos independentes coordenados pelos professores Marcos Ferreira Santos e Rogério de Almeida e voltados para os educadores em formação inicial (licenciatura e pedagogia). Neste ano, o tema é “o cinema e as possibilidades do real”, explorando as referências realistas em obras importantes para a história da Sétima Arte.

Após a exibição do filme, Sérgio começou sua análise com um panorama histórico da época em que o filme foi lançado, considerando o fim da Guerra do Vietnã, a Crise da Opep e o Caso Watergate como fontes de um grande trauma e uma derrota moral no imaginário estadunidense. O mestrando, que estuda a produção
cinematográfica dos EUA na década de 1970 (principalmente entre 1975 e 1978) também cita Os Embalos de Sábado à Noite (1977) como representante de uma sociedade falida, preconceituosa e sem esperanças.

O filme estrelado por Sylvester Stallone, porém, apresenta, em sua segunda metade, a esperança de uma terra em que todos têm uma segunda chance. Os Estados Unidos se reafirmam como a terra das oportunidades, e o tom triunfalista e de ascensão é reforçado por cenas como a subida da escadaria do Museu de Arte da Filadélfia e a música Eye of the Tiger, uma mistura de disco e rock.

Essas características, que constroem o desfecho do filme, apontam, segundo Sérgio, para a reafirmação da narrativa americana tradicional – a “fábrica dos sonhos”, onde os valores e a moral norte-americanos são valorizados. Tal abordagem tornou-se cada vez mais freqüente desde então.  

O pesquisador aponta, também, a oposição do cinema tradicional com a “Nova Hollywood”, caracterizada pela visão crítica e muitas vezes pessimista da sociedade ocidental, lançando mão de ambiguidades e finais sem solução. O exemplo que Sérgio destaca é Taxi Driver, lançado também em 1976. Essa corrente perdeu força nas décadas seguintes e, hoje, filmes assim são raros nos Estados Unidos.

Os aspectos realistas de Rocky, que são alvo do ciclo de estudos do Lab_Arte, ficam por conta da abordagem do estilo de vida das pessoas e a situação econômica da época, com ruas sujas e mal iluminadas frequentadas por grupos de punks descompromissados.  

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