São Paulo (AUN - USP) - A Síndrome da Tensão Pré-Menstrual (TPM) não é reconhecida pelas próprias portadoras. Esse é o resultado da pesquisa feita por Clarice Muramatsu, na Escola de Enfermagem da USP. Segundo especialistas das principais universidades do país, cerca de 75% das mulheres são atingidas por algum desconforto antes da menstruação.
A pesquisadora entrevistou mulheres de variados segmentos sociais, faixas etárias e estados civis. Descobriu que, na maior parte dos casos, a TPM não é abordada como doença e, ao invés de buscar tratamento, a paciente aprende a conviver com a síndrome.
“Uma das entrevistadas perdeu três maridos por causa da TPM. Ela sentia repulsão dos companheiros por cerca de dez dias no mês. Demorou 18 anos para descobrir que sofria de TPM”, explica Clarice. Para a pesquisadora, ainda é muito presente na sociedade a idéia de que a TPM é um capricho feminino, daqueles que não se deve dar muita atenção. Por esse motivo, ela passou a ministrar palestras para casais, conscientizando paciente e parceiro sobre a relevância dos casos.
Apesar da curta duração, sintomas como dores de cabeça, mal-estar, variações bruscas de humor e irritabilidade constituem doença quando são cíclicos. Para isso, existe tratamento, que na maioria dos casos é simples. Prática de esportes e atividades relaxantes, como yoga, aliados à alimentação saudável durante o período pré-menstrual, evitando alimentos com conservantes ou estimulantes como chocolates, café e enlatados, atenuam os efeitos da TPM. Em caso de ineficácia, é aconselhável consultar um médico, que poderá indicar tratamentos à base de remédios ou de hormônios.
Para os enfermeiros, a pesquisa orienta como lidar com essas pacientes, tirá-las do conformismo e encaminhá-las ao tratamento. “Aconselhamos a mulher que, durante esse período, adie compromissos importantes em que tenha que tomar decisões, evite discussões em família e procure se acalmar com atividades produtivas”, recomenda a pesquisadora. Para ela, o mais importante é que as mulheres não convivam com o problema, mas sim que o percebam e procurem orientação adequada.