ISSN 2359-5191

15/10/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 81 - Saúde - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Importância dos micronutrientes para a alimentação humana é tema de palestra
Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Cálcio, ferro, zinco e selênio. Estes micronutrientes, às vezes esquecidos, são essenciais para prevenir e combater doenças. Seus benefícios no corpo são passados às próximas gerações pela gestação. Em palestra sobre nutrição, Silvia Cozzolino explica as propriedades destes componentes e assegura que um alimento nunca será não-saudável, desde que consumido na quantidade adequada.

“Todo mundo acha que entende de nutrição”, brinca a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP em seminário da unidade. Hoje em dia, se fala que o leite faz mal e talvez por isto houve a queda de 40% no consumo da bebida, nos últimos 30 anos, segundo pesquisa do IBGE. Por sua vez, Silvia recomenda beber um copo por dia, já que esta porção dá ao corpo 200 mg de cálcio, das mil necessárias neste período. Presente nos laticínios, ele se agrega às estruturas ósseas e as fortifica, prevenindo osteomielite e osteoporose. Estas doenças provocam fraturas principalmente em idosos, causando quedas. Ela explica que “na terceira idade, você perde material orgânico e inorgânico, ou seja, você perde massa óssea”. E completa: “O osso fica tão frágil que ele quebra sozinho”. As verduras também apresentam consideráveis quantidades de cálcio, mas nelas há componentes que prejudicam a absorção da substância.

As funções do selênio foram enfatizadas na palestra, que integrou a XXV Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho da FCF. Ele é encontrado na castanha-do-brasil e o ideal é que se consuma uma delas por dia, que tem as quantidades ideais deste micronutriente. O mineral ajuda na atenuação dos sintomas do Mal de Alzheimer, segundo pesquisa em curso no Laboratório de Nutrição - Minerais, de que Silvia faz parte. Além disto, esta substância colabora para a regulação da atividade da glândula tireóide, já que transforma o hormônio T4 em T3, forma mais ativa. Atuando junto com a vitamina E, o selênio também ajuda a contrabalancear a formação excessiva de partículas ativas provenientes de reações do organismo.

Outro micronutriente que protagonizou a palestra foi o ferro. Encontrado nas proteínas do feijão e das carnes, sua função principal é o transporte de oxigênio no sangue. Por isto, mulheres em idade fértil, quando perdem sangue pela atividade menstrual, devem consumir mais do que os homens: 18mg por dia contra 8mg. Silvia enfatiza que há risco de anemia quando o consumo não é adequado. Além disto, ela explica “às vezes a gente tem uma ingestão adequada, mas a biodisponibilidade é pequena”, ressaltando a necessidade dos alimentos fortificados, como a farinha brasileira.

Segundo a professora, o zinco é geralmente encontrado nos mesmos alimentos que o ferro. Ele participa de mais de 300 enzimas importantes para o organismo, além de ser relevante para o desenvolvimento sexual, pois ajuda na expressão dos genes. A ostra é a fonte mais rica de zinco, mas as carnes e os cereais integrais também são fornecedores importante do mineral.

Fontes de energia
Estas substâncias devem ser consideradas em uma dieta saudável, mas as proteínas, carboidratos e lipídeos não podem ser deixados de lado, pois têm uma função energética no corpo. Como uma orientação sobre a proporção de consumo destes, Silvia mostrou pirâmides nutricionais de diversos países que ajudam a compor uma alimentação saudável. Isto porque um dos focos da segurança alimentar e nutricional, citada na palestra, é justamente a informação da população sobre os males e benefícios dos alimentos.

Um deles é o ChooseMyPlate.gov, site feito pelo governo norte-americano que incentiva, de forma simples, a composição de um prato saudável. A tradicional pirâmide alimentar brasileira, com as gorduras e o açúcar no topo e os carboidratos na base é citada por Silvia com uma ressalva: o ideal é que pelo menos 50% dos carboidratos sejam provindos de grãos integrais, aqueles que preservam a casca no processo de industrialização. Isto porque “o cereal integral tem fibras e pode ter em suas camadas externas algumas vitaminas, alguns minerais e dentro do grão pode ter mais volume de proteína“.

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