ISSN 2359-5191

01/04/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 01 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Química
Novo método de separação química barateia o custo das pesquisas

São Paulo (AUN - USP) - Com o passar do tempo houve um crescimento no interesse da comunidade científica em desenvolver sistemas reduzidos em tamanho, tempo de análise e volume de amostras. O doutorando Carlos Antonio Neves fundamentou sua tese e suas pesquisas na confecção de equipamentos de separação e análise de amostras de menor custo, através da utilização de microchips feitos através de folhas de papel transparente impressas.

A eletroforese consiste na migração diferenciada de espécies carregadas eletricamente, que ocorre quando as mesmas são dissolvidas em um eletrólito, através do qual um potencial elétrico é aplicado. Esta técnica de separação foi aprimorada pelo químico Arne Tiselius para o estudo de proteínas em soro e por este trabalho ele ganhou o prêmio Nobel em 1948. Essa foi a técnica de separação aplicada na pesquisa. “A eletroforese capilar é uma das técnicas utilizadas em nosso laboratório que tem gerado muitas publicações científicas”, disse o doutorando pelo Laboratório de Automação e Instrumentação Analítica do Instituto de Química (IQ) da USP.

Trabalhando juntamente com o seu orientador, Claudimir Lucio Lago e com o também doutorando Heron Dominguez Torres da Silva, Carlos Neves desenvolveu um protótipo de um sistema de separações químicas usando microestruturas de toner-poliéster juntamente com uma eletrônica desenvolvida por eles do laboratório e software livre. “Esse protótipo permite separações de cátions como potássio, sódio e lítio de amostras sintéticas. Testes demonstrativos de análise de sangue também foram feitos”, explica Carlos.

Na literatura científica vários tipos de materiais utilizados na fabricação de microchips para separações químicas podem ser encontrados, sendo basicamente usadas placas de silício vidro e materiais poliméricos. Isso encarece e aumenta o tempo geral do processo, pois esses chips demoram algo em torno de uma semana para ficarem prontos. Isso quando não precisa-se confeccionar novos modelos.

Os microchips de toner-poliéster são obtidos de forma muito simples, são impressões a laser em folhas de transparência. Entre as partes impressas é deixado um pequeno espaço, por onde irá trafegar a amostra. “Eles são fáceis de serem feitos, gastam aproximadamente uma hora para serem obtidos e são descartáveis”, diz o doutorando pelo IQ. “É uma excelente opção para prototipagem, mas que também faz análises reais”, complementa.

A grande vantagem desse novo método é a agilidade, uma vez que, assim como os métodos convencionais, ele tem a mesma capacidade de identificar e quantificar as substâncias químicas procuradas. O único porém das microestruturas de toner-poliéster é que o canal entre as partes impressas não é totalmente retilíneo (a qualidade depende da resolução da impressão), o que interfere na fluidez da amostra. Mas, apesar disso, o processo tem grande eficácia, principalmente se aplicado a problemas específicos.

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