Realizada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, a Campanha de Diabetes e Hipertensão ocorre desde 1998 e teve este ano sua 13ª edição. Ela aconteceu nos dias 22, 23 e 24 de outubro na área externa da própria faculdade, onde os estudantes se revezaram oferecendo testes de glicemia, colesterol, pressão arterial e circunferência abdominal, além de orientação sobre doenças que podem ser indicadas por estes resultados. Depois deste treino, alguns dos alunos ainda participarão de uma campanha nacional que atende 10 mil pessoas.
Nesta edição, o clima estava quente nos três dias de evento. Isto colabora para que se atinja a expectativa de mil pessoas atendidas, segundo Rosário Hirata, professora coordenadora da Campanha. Quem foi procurar pelo atendimento se deparou principalmente com alunos de graduação. Em sua maioria, são eles que, voluntariamente, realizam os exames e guiam os participantes pelas etapas do evento. Otávio Gomes, aluno do segundo ano de farmácia-bioquímica, conta que o projeto “é uma das maneiras mais interessantes de se colocar em prática uma possível área de atuação que, nos primeiros anos de faculdade, ainda não se tem tanto contato: a atenção farmacêutica”.
Além disto, a campanha conta com estudantes de pós-graduação da unidade e ex-alunos, muitos deles com formação em outras áreas da saúde, que colaboram principalmente para explicar aos participantes os resultados dos exames e suas implicações. Rosário explica que alunos da USP ainda são maioria entre os atendidos, mas que a equipe de divulgação vem tentando aumentar a participação do público externo à Universidade, para que se atinja a população mais propensa a ter diabetes ou hipertensão, aqueles acima de 40 anos.
Mesmo que só ocorra em três dias de outubro, a Campanha se inicia em março, quando a equipe organizadora se reúne para começar os primeiros esforços de captação de patrocínio. Além da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU), empresas colaboram fornecendo o material usado nos exames e também recursos para o lanche oferecido aos atendidos. O treinamento para o projeto se inicia em agosto e vai até outubro, período em que os alunos recebem orientação específica para cada tipo de exame.
Além de participar da Campanha de Diabetes e Hipertensão da FCF, alguns estudantes também colaboram na Campanha Nacional Gratuita em Diabetes de Detecção, Orientação, Educação e Prevenção das Complicações. Promovida pela Associação Nacional de Assistência de Diabético, este ano ela será realizada dia 10 de novembro no Colégio Madre Cabrini.
Interdisciplinaridade
Rosário conta que há a intenção de que a Campanha passe a agregar alunos de outras áreas da saúde, principalmente na parte de orientação. Como ela acontece pela manhã — das 8 às 12 horas — o maior impedimento é o fato de que boa parte dos estudantes está em aulas neste período. Por isto, ela explica que alunos do turno noturno podem ser os mais indicados para ajudar. Outro modo de haver esta colaboração é que os estudantes de outros cursos ofereçam treinamentos para os alunos de farmácia-bioquímica, que transmitirão o conhecimento aos atendidos. Um exemplo de atividade que pode passar a agregar a Campanha nos próximos anos são atividades físicas no gramado da FCF, que podem ser promovidas por alunos da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP.
Anualmente, o projeto de extensão integra a Semana Farmacêutica de Ciência e Tecnologia. Em sua 18ª edição, o evento tem o tema “Empreendedorismo e Inovação Farmacêutica” e compõe a Semana Universitária Paulista de Farmácia e Bioquímica (SUPFAB), que ocorre simultaneamente. Com as atividades, a FCF recebe palestras, mesas-redondas, cursos e oficinas que visam agregar na formação dos alunos da faculdade, que, por uma semana não têm aulas e entram em contato com professores e pesquisadores que atuam em outras universidades e no mercado, em geral.