ISSN 2359-5191

11/12/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 116 - Meio Ambiente - Instituto Oceanográfico
Aumento na temperatura dos oceanos deve alterar composição de ecossistemas marinhos
Fonte: educador.brasilescola.com

A pesquisadora Caroline Margonato Cardoso, do Instituto Oceanográfico da USP, realizou um estudo para monitorar a resistência dos peixes da espécie Pampo ao aumento de temperatura no ambiente. A variação de temperatura é um fator de grande influência no funcionamento do ecossistema marinho e na biologia das espécies.

Num contexto de aquecimento global, com o aumento gradual na temperatura do planeta, estudos como este são cada vez mais relevantes para traçar perspectivas sobre a vida nos oceanos. “Muitos artigos têm falado sobre a mudança geográfica dos seres marinhos, influenciada pela temperatura Eles mudaram o seu padrão de distribuição, o que vai afetar a composição e a estruturação dos ecossistemas.”

Por apresentarem grande importância comercial e ecológica, e serem animais pecilotérmicos, cuja temperatura do corpo varia com a do meio, os peixes são o modelo ideal para a pesquisa. “Escolhemos os Pampos porque são altamente adaptáveis em laboratório, não há perda de indivíduos por estresse e, quando juvenis, ficam na zona de arrebentação da praia e ficam sujeitos às mudanças de temperatura na água”, afirma Carolina.

Os peixes da espécie Pampo foram submetidos ao aumento controlado da temperatura da água, 2° Celsius por hora, a partir dos 22°C. Eles foram levados para um tanque onde permaneceram por alguns dias até o experimento, que foi realizado em aquários. “Para as análises comportamentais, os peixes foram filmados durante o período de patamar [no aquário].”

Foram observadas alterações no comportamento dos peixes. Conforme o ambiente se tornava mais quente os peixes ficavam mais agitados. “O comportamento foi analisado através de pontuações dadas para critérios como natação, batimento opercular e equilíbrio”. Uma das causas para este comportamento inquieto é a aceleração do metabolismo em temperaturas elevadas.

A importância do estudo foi justamente integrar o conhecimento da biologia celular ao comportamental. “Essa relação entre biologia celular e comportamento é de extrema relevância porque há estreita relação entre o jeito de agir dos seres vivos e o que acontece dentro deles.”

Proteínas dos peixes iguais às dos humanos

Após a eutanásia dos Pampos, que é uma norma ética de experimentos laboratoriais, o coração e as brânquias foram coletadas para análise. Segundo Carolina, os peixes contêm proteínas que são semelhantes às encontradas nos humanos. Elas se chamam ap53 e Hsp70.  “Estas duas proteínas têm funções tão importantes nos organismos que elas se mantiveram conservadas na escala evolutiva de modo que as encontradas nos humanos são semelhantes às dos peixes”.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br