ISSN 2359-5191

11/07/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 39 - Arte e Cultura - Instituto Oceanográfico
Navio inativo reaviva necessidade de preservação da memória no IO
Catalogação e resgate de objetos históricos da embarcação Prof. W. Besnard se tornam parte integrante de projeto desenvolvido há dez anos no Instituto Oceanográfico
Hoje fora de atividade, Prof. W. Besnard guarda objetos que remontam história da Oceanografia no Brasil / Créditos: Reprodução

Diante das possibilidades de doação à Universidade do Uruguai, tombamento como patrimônio cultural e desmanche da embarcação Prof. W. Besnard, uma comissão foi mobilizada para conservar o acervo histórico no navio. Com um grupo responsável próprio, a causa em questão integra um projeto que visa recuperar a memória científica e tecnológica do Instituto e preservá-la para as gerações posteriores.

A comissão é presidida pelo professor Ilson Carlos Almeida da Silveira e composta pela professora Elisabete de Santis Braga da Graça Saraiva, pelo comandante do navio Alpha Crucius, doutor José Helvécio Morais de Rezende, e pelo responsável pelas embarcações do Instituto Oceanográfico (IO-USP), Mario Katsuragawa. Também integram a comissão as funcionárias Eloísa de Souza Maia, Monica Petti e Lourdes Bastianello, além da graduanda Vanessa Xavier.

A necessidade de se resguardar objetos históricos que estão no navio, tais como livros e instrumentos oceanográficos, fez com que a Comissão iniciasse uma catalogação do que deve ser trazido para o IO-USP e conservado de maneira adequada, mas ainda não há decisão de onde esses objetos ficarão definitivamente.

Segundo a bibliotecária Eloísa de Souza Maia, integrante da comissão, é preciso localizar esse acervo e garantir a sua catalogação. “Um navio desativado gera documentação ou objetos museológicos”, explicou. “Localizado, tentamos fazer uma conservação, listagem e sinalização do que é um acervo permanente histórico”.

Esse é o procedimento padrão também da Comissão de Preservação da Memória Histórica do IO, que se encarrega dos materiais que ficam dispersos pela unidade e não podem ser, atualmente, conservados nas condições mais adequadas de temperatura e armazanamento. “Algumas [peças] estão provisoriamente em algum serviço ou na reserva técnica do museu, as do navio estão no navio. O acervo histórico ainda está um pouco espalhado, mas a ideia é existir um catálogo que diga o que é e onde está cada peça”, expôs Eloísa.

De olho no futuro

Criada por iniciativa do professor Belmiro Mendes de Castro Filho, então diretor da unidade, e reformulada pela professora Elisabete de Santis Braga da Graça Sariava e pelo professor Michel Michaelovitch de Mahiques, a comissão responsável pelo resgate da memória do Instituto Oceanográfico completa dez anos em 2014. Castro Filho pretendia promover a preservação da  memória científico-tecnológica do IO através de entrevistas com cientistas antigos e pioneiros que pudessem contar a sua história.

Hoje, a Comissão é presidida pela professora Elisabete de Santis Braga da Graça Saraiva, tendo como membros os professores Afrânio Rubens de Mesquita e Luiz Bruner de Miranda, além da bibliotecária Eloísa. As atividades recebem o auxílio do chefe do Museu, Sérgio Teixeira de Castro, e dos graduandos Thatiane Ferrinho (Oceanografia), Pedro Ferraro (História) e Vanessa Gonçalves (Biblioteconomia), todos bolsistas da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão.

Através de parcerias com a TV USP e a Companhia de História de Santos, foi possível levar ao ar as entrevistas realizadas com os professores do IO. Com a ajuda de especialistas em biblioteconomia, história, história horal e cinegrafia, o projeto cresceu e começou a se expandir para outras áreas. A Comissão passou a lidar com acervos históricos, tais como documentos audiovisuais e fotográficos, além de jornais e coleções de instrumentos oceanográficos que passaram por um processo de conservação para diminuir a velocidade de deterioração do material.

A recuperação da memória não se restringe apenas ao Instituto. Recentemente, as bases de Cananeia e Ubatuba também começaram a ser mobilizadas para preservar seu patrimônio cultural. “Eles [Ubatuba] mantiveram a documentação histórica da base. Nós estivemos lá, recolhemos esse material e poderemos, no ano que vem, contar um pouco sobre os 60 anos da base. A de Cananeia fará 65 anos e nós já estamos coletando depoimentos de funcionários na ativa ou aposentados”, contou Eloísa.

Outro avanço da Comissão foi iniciar a disponibilização do material para facilitar o seu acesso e difusão. No final de 2013, a chance de expô-los de maneira eficaz surgiu por ocasião da comemoração dos 80 anos da USP, quando o Museu de Ciências lançou a seção “Memória USP”, que, segundo Eloísa, abrirá espaços para exposições audiovisuais e disponibilização de documentos históricos.

A criação de uma página no Facebook e de um canal no Youtube, em conjunto com o Museu Oceanográfico, veio para completar o objetivo da Comissão, que vai além da mera recuperação do passado. “A intenção é fazer paralelos entre o passado e o presente para disponibilizá-los para o futuro. Esse é o objetivo da comissão de preservação da memória institucional”, expôs Eloísa.

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