ISSN 2359-5191

13/04/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 03 - Meio Ambiente - Instituto Oceanográfico
Revitalização do rio são Francisco pretende desenvolver o Nordeste brasileiro

São Paulo (AUN - USP) - O projeto de revitalização do rio São Francisco pretende torná-lo navegável em trechos degradados. A obra visa desenvolvimento socioeconômico da região semi-árida do Nordeste brasileiro, segundo o pesquisador Joaquim Carlos Teixeira Piva, em palestra no Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo.

Hoje, há no Nordeste grande demanda reprimida de produtos de outras regiões do país. O transporte desses produtos é feito por caminhões que, além de terem custo elevado de manutenção e combustível, não alcançam locais com a malha rodoviária precária.

O rio São Francisco apresenta, atualmente, processo de erosão e assoreamento acelerado devido a ações humanas. O seu leito tem se tornado cada vez mais largo e raso, com formação de depósitos sedimentares formando ilhas. A degradação do rio dificulta a navegação, impedindo o escoamento de insumos e produtos do nordeste do país.

A revitalização do leito fluvial para navegação pretende auxiliar economicamente pólos de produção, como o de Petrolina – Juazeiro, bem como promover desenvolvimento socioeconômico de populações ribeirinhas carentes do semi-árido.

Entretanto, os resultados do projeto não se perpetuarão se não houver melhoria das condições sociais das populações carentes que beiram o rio. Diversas cidades de porte médio, próximas ao rio São Francisco, foram saneadas, porém ainda existem vilarejos que não tiveram acesso ao saneamento público.Os trechos mais degradados do rio são aqueles próximos aos vilarejos e cidades.

Além disso, a região necessita de emprego e geração de renda. Para tal, os habitantes da região serão empregados nas obras de revitalização e será construída uma usina de compostagem rural para atendê-los.

O projeto desenvolvido pelo Governo Federal juntamente com a Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas (FUNDESPA) fará a desobstrução da faixa de navegação e a conformatação do leito fluvial em um trecho de 12km, como fase teste. Parte do projeto ainda espera autorização ambiental, mas, de acordo com o pesquisador Joaquim Carlos Teixeira, serão intervenções ambientalmente corretas.

As obras consistem na remoção de bancos de areia, reflorestamento da mata ciliar com diversas espécies nativas, colocação de “espigões“, que farão a contenção do transporte de sedimentos arenosos para impedir a formação de ilhas e bancos sedimentares.Também haverá a instalação de defletores de fluxo para proteger a base do talude do rio, e a colocação de malhas de polipropileno cobertas com fibras de coco para evitar a erosão.

A intenção é que haja o monitoramento do rio e, que futuramente o projeto se propague por todos os seus trechos precários. No entanto, segundo o pesquisador Joaquim Carlos Teixeira, seria um projeto de longo prazo com a necessidade do compromisso do governo.

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