São Paulo (AUN - USP) - Conseguir a atenção e o envolvimento dos alunos lecionando em classes superlotadas e com material didático precário é um pesadelo vivido diariamente por milhares de professores Brasil afora. Nesse sentido, explorar o potencial didático dos espaços abertos é uma boa solução. Assim, com o objetivo de preparar educadores para que aproveitem o que há fora da classe de aula como meio de ensino, o Centro de Biologia Marinha da USP (CEBIMar) e o Instituto Terra e Mar promoverão um mini-curso sobre educação ao ar livre em São Sebastião, nos dias 27 e 28 de setembro.
Para Patrícia Schubert, educadora ambiental do Instituto Terra e Mar que ministrará parte do curso, muitos educadores não se sentem preparados para trabalhar em espaços abertos, o que dificulta a implementação de atividades de educação ambiental como parte da rotina escolar. E esse sentimento tem motivo. O tópico é pouco estudado no ensino superior. “O currículo da biologia não preparava os alunos para utilizar o ar livre”, diz a educadora.
Quem nunca se perguntou, na época dos bancos escolares, para que servia tudo aquilo que era ensinado? Para Patrícia, o espaço aberto dá ao pedagogo a possibilidade de diminuir essa distância entre o que se vê nos livros e o que se pratica. “O ensino ao ar livre acaba sendo uma ferramenta diferenciada, é lá que você vai ver concretamente aquilo que se estudou na sala de aula”. O aprendizado além dos muros da escola pode ajudar os alunos de várias formas. Nele, a interação social entre as crianças é favorecida, e o processo pode ocorrer de uma forma mais interessante e lúdica. Crianças com problemas de atenção, por exemplo, se concentram mais facilmente.
E não é preciso de uma extensa área verde para tal. Uma árvore de uma rua qualquer pode ser utilizada para o ensino de várias disciplinas. “Pode-se pedir para que o aluno escreva um poema sobre a árvore, ou que meça a altura e a forma das folhas, o que se relaciona com a matemática. De certas árvores, é possível retirar tinta do tronco e utilizá-la para trabalhos artísticos”, diz Patrícia.
As inscrições para o mini-curso vão até o dia 10 de setembro. O preço é de R$ 100,00. Almoço e lanche à tarde estão incluídos. A hospedagem é por conta do interessado, mas o blog do projeto (http://educacaoaoarlivre.blogspot.com/) dá dicas sobre hotéis e pousadas da região.