São Paulo (AUN - USP) - O conhecimento gerado pelo Programa de Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva, conhecido como Revizee, promoveu uma verdadeira “corrida do ouro” pelo peixe-sapo, que habita águas profundas antes não exploradas pelas embarcações pesqueiras. O animal, de alto valor comercial, atraiu barcos principalmente da Espanha e Portugal, onde é conhecido pelo nome de tamboril. É o que disse a professora Carmen Wongtschowski, do Instituto Oceanográfico (IO/USP).
A pesca do peixe-sapo no Brasil, que começou na virada do século XXI, já estava em decadência poucos anos depois, devido à super exploração. Mas permanece o fato de que o estudo do sistema oceânico em águas profundas promovido pelo Revizee, que mobiliza boa parte das instituições de ensino e pesquisa dos recursos marinhos no país, possibilitou a descoberta comercial deste recurso do litoral brasileiro.
Antes do Revizee, disse a professora, os programas ficavam restritos a uma parte muito pequena do oceano. Com um investimento de R$ 32 milhões, no entanto, o estudo de processos climáticos, físicos e químicos, além de novos recursos, estendeu-se à zona econômica exclusiva (ZEE), que abrange 370 quilômetros mar adentro, a partir do litoral.
O dinheiro partiu de órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) que, sozinho, desembolsou cerca de R$ 8,7 milhões.