ISSN 2359-5191

26/11/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 132 - Meio Ambiente - Instituto Oceanográfico
Baleia jubarte é o animal que mais migra no mundo

São Paulo (AUN - USP) -Diversas espécies têm o costume de migrar em certas épocas do ano. Estudos apontam a baleia jubarte como o animal que mais migra no nosso planeta. As baleias ganharam o título graças à distância que elas percorrem: 25 mil quilômetros por ano, o que equivale a quase duas vezes o diâmetro da Terra.

A jubarte pode ser vista em todos os oceanos (entre latitudes 60º até 65 º N). Sua migração consiste em passar os verões em águas frias de latitudes mais altas e se reproduzir em climas tropicais ou subtropicais. A única exceção à migração são as baleias jubarte do Golfo Pérsico, que não migram e permanecem em águas quentes durante o ano inteiro. Um dos feitos mais incríveis das baleias jubarte é que ao migrar das Ilhas Sandwich (Geórgia do Sul) até Abrolhos, na Bahia, elas não comem absolutamente nada e emagrecem dez toneladas. Também conhecida como corcunda ou preta, é uma das espécies de baleias que freqüentam a costa brasileira. Famosa pelo temperamento dócil, pelas acrobacias e pelo sistema de vocalização, a jubarte chama a atenção pelo tamanho: podem alcançar 16 metros de comprimento e pesar 40 toneladas. A caça às baleias jubarte foi proibida em 1966, mas elas ainda sofrem com ameaça de extinção, embora seja uma das espécies de baleias que mais se reconstituiu. Estima-se que a população inicial de jubartes era de 150 mil. As estimativas do número de indivíduos em 2008 varia de 30 mil a 65 mil.

O segundo lugar do animal que mais migra é o da tartaruga-de-couro, também conhecida como tartaruga gigante. É a maior das espécies de tartaruga, com tamanho médio em torno de dois metros de comprimento e 700kg. Possui uma carapaça diferente da maioria das tartarugas, com uma curva suave que dá a elas um formato cilíndrico. As tartarugas de couro vivem em alto mar, mas aproximam-se do litoral para desova. Todos os anos, viajam 20.500 quilômetros em busca de comida, que consiste preferencialmente em águas-vivas e medusas.

Segundo José Becker, biólogo do Projeto TAMAR e palestrante da Semana de Oceanografia da USP, é muito difícil estudar as rotas de migração dos animais marinhos. No caso das tartarugas, ainda não há um registro certo dos lugares pelos quais elas passam todos os anos. “Pelo que parece, pode não haver uma rota específica”, explica Becker, “Cada uma vai onde quer”.

Nesse mês, um site chamado MoveBank.org entrará no ar, criado pela Universidade de Princeton, que tem como objetivo fazer um mapa definitivo das migrações dos animais. Seria como um superatlas online, que seria alimentado em tempo real por biólogos de todo o mundo, com o objetivo de usar as informações para entender o comportamento dos bichos.

Outros animais também famosos por suas migrações são o albatroz gigante, ave que possui as maiores asas do mundo animal e percorre 20 mil quilômetros, e o andorinhão, que passa os primeiros três anos de sua vida sem nunca tocar o solo (se alimenta, come, dorme e se acasala em pleno vôo) e percorre cerca de 7.500 quilômetros por ano.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br