São Paulo (AUN - USP) - O Instituto Butantan realizou recentemente aulas de nível básico sobre soros e vacinas, voltadas à população em geral. O curso, organizado pela Divisão Cultural, teve duração de quatro horas. A preocupação com a segurança nos laboratórios, os cuidados com a assepsia na produção de imunobiológicos e a atenção ao calendário vacinal receberam destaque entre os tópicos abordados.
Os conteúdos foram ministrados por Tatyana Spinosa Baptista (Seção de Processamento de Plasmas Hiperimunes do Butantan), José Marcos de Oliveira (Seção de Vacinas Anaeróbicas do Butantan) e Kazuco Nomura (Divisão de Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológica – CVE). De acordo com José Marcos de Oliveira, os objetivos do curso eram “instruir e aprimorar conhecimentos básicos sobre a produção de soros e vacinas.”
José Marcos de Oliveira faz parte da seção do Butantan que inclui os laboratórios de Tétano e de Toxinas Botulínicas. Ele falou sobre os procedimentos de obtenção das vacinas BCG, antitetânica, contra a coqueluche, contra a difteria e anti-rábica humana, que é produzida pelo Instituto Butantan a partir de células dos rins do macaco-verde (células vero). O pesquisador destacou ainda a importância dos cuidados de segurança na manipulação de microorganismos no interior dos laboratórios, a fim de se evitar acidentes e contaminações. “O tétano, por exemplo, e outras doenças que a gente estuda aqui no Instituto são consideradas armas em potencial”, disse.
Em relação às vacinas, Kazuco Nomura falou sobre o calendário vacinal e deu destaque à necessidade de conscientização da importância de seu cumprimento. Segundo ela, é fundamental que toda a população mantenha a vacinação em dia e que os profissionais da área da saúde, da polícia e que lidam com animais imunizem-se contra doenças específicas (como é o caso da raiva, por exemplo).
A respeito da produção de soros, Tatyana Spinosa Baptista explicou todo o processo, que começa com a extração do veneno (de serpentes, aranhas, escorpiões ou taturanas) e inclui a inoculação do antígeno em cavalos e a posterior sangria dos animais, a partir da qual se obtém o plasma sanguíneo. A biotecnóloga ressaltou a importância dos mecanismos de processamento do plasma que evitam contaminações, além dos testes de controle de qualidade (verificação de atividade biológica, esterilidade, inocuidade e pirogênio) aplicados ao produto final.
Extensão de conhecimento
O curso básico sobre soros e vacinas faz parte de um projeto de longa data da Divisão Cultural do Instituto Butantan aprovado pelo CNPq. Além dos cursos, o projeto inclui a produção de material didático, atualmente disponível no site do Butantan. Segundo Henrique Moisés Canter, diretor da Divisão Cultural, “o projeto visava, sobretudo, a difusão e decodificação das atividades científicas desenvolvidas no Instituto”.
Os cursos de nível básico, voltados à população em geral, têm vagas ilimitadas, carga horária de quatro horas e taxa de inscrição de R$30,00. Os interessados podem se inscrever pessoalmente na Divisão Cultural do Butantan ou por e-mail (cultural@butantan.gov.br). Mais informações no site http://www.butantan.gov.br/biblioteca/.