ISSN 2359-5191

04/10/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 19 - Meio Ambiente - Instituto Oceanográfico
Estudo avalia a possibilidade de obras de dragagem no Porto de Santos

São Paulo (AUN - USP) - Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Instituto Oceanográfico visa solucionar os problemas de navegação no Porto de Santos, causados pela pequena espessura da lâmina de água no canal de Piaçagüera. Neste projeto, atuaram juntos especialistas nas áreas de Oceanografia Biológica, Química, Física e Geológica. A pesquisa foi feita por intermédio da Fundespa (Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas), encomendada pelo Centro de Integração e Desenvolvimento Empresarial da Baixada Santista (CIDE/BS).

A redução do leito navegável impossibilita a chegada de navios de grande porte ao porto, fenômeno que ocorre em conseqüência da sedimentação (acúmulo de sedimentos no fundo). O maior problema para a realização das obras de dragagem (retirada de lodo do fundo do mar), que desobstruiriam o canal, é a contaminação dos dejetos com metais pesados, já que a área foi local de despejo de poluentes durante os anos 60 e 70.

Entre maio e novembro de 2001, durante o trabalho de campo, os pesquisadores fizeram medições de correntes, transporte de sedimentos, nível do mar, temperatura, salinidade, condições meteorológicas, toxicidade, bioacumulação e química dos sedimentos, além de uma avaliação dos organismos presentes no local.

O estudo atuou principalmente na tentativa de achar um destino viável para o lodo que deverá ser retirado. Para isso, foi contratada uma consultoria do US Army Corps of Engineers, o corpo de engenheiros do exército americano. Esse convênio possibilitou que os resultados do estudo englobassem uma possibilidade nunca antes aplicada no Brasil: a retirada dos dejetos e sua deposição em valas escavadas no próprio canal, numa área próxima à de retirada do lodo. As outras opções são: a deposição dos dejetos em águas profundas ou em terra. A viabilidade desses métodos depende de fatores como tipo de sedimentos, sua toxicidade, a relação custo benefício, entre outros.

Os pesquisadores mapearam os lugares mais apropriados para a deposição dos sedimentos, tendo em vista os métodos possíveis, além de mostrarem as conseqüências econômicas e ecológicas dessas ações.

A escolha de quais métodos serão usados depende da aprovação da Cetesb e do Ministério Público. O mais provável, porém, de acordo com o professor Joseph Harari, um dos participantes do projeto na área de Oceanografia Física, é que os três sejam utilizados, já que não existe uma solução melhor do que as outras, e sim um método mais adequado a cada situação específica.

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