ISSN 2359-5191

05/05/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 12 - Ciência e Tecnologia - Instituto Butantan
Convênio com academia inglesa permite intercâmbio de cientistas

São Paulo (AUN - USP) - O pesquisador do Instituto Butantan e professor da Unifesp, Carlos Jared, está fechando um convênio com a Royal Society de Londres para financiar o intercâmbio de pesquisadores entre o Instituto e o Museu Britânico de História Natural. Jared é Diretor do Laboratório de Biologia Celular e coordena pesquisas com animais como as Cobras-Cegas, no campo da Biologia Integrativa, sendo especializado em morfologia.

A Royal Society, a mais antiga academia científica do mundo ainda ativa, criada em 1660, será responsável pelo financiamento das viagens dos cientistas entre o museu de História Natural e o Butantan, beneficiando as linhas de pesquisa do laboratório, como a que envolve as cobras-cegas (Siphonops annulatus).

As pesquisas com esse animal já renderam artigos publicados em importantes revistas científicas. Jared, que tenta unir a visão dos antigos naturalitas à moderna tecnologia, publicou em parceria com colegas na Biology Letter em 2009 e na revista Nature, em 2006, tratando da sua descoberta sobre a mudança de cor da pele das cobras-cegas na época da procriação. Jared pesquisa a adaptação de anfíbios a ambientes inóspitos, como hábitats muito secos, registrando as adaptações dos animais e suas estratégias evolutivas. A estratégia que foi tema dessas publicações leva os filhotes ovíparos a se alimentarem da pele da mãe, em um processo chamado de dermatofagia, que se assemelha a uma outra estratégia de sobrevivência já sabida sobre esses animais. Em espécies vivíparas, quando os filhotes permanecem por mais tempo do que o normal no útero da mãe para se protegerem de um ambiente de difícil sobrevivência, os ovos eclodem ainda dentro do útero materno, cuja parede secreta o chamado “leite uterino”, que lhes serve de alimento. Os dois processos seriam semelhantes, já que no primeiro caso os filhotes também se alimentam de um tecido materno, porém externo.

As cobras-cegas são muito comuns em bolsões de florestas, como na Mata Atlântica, na Amazônia e na região cacaueira, muito propícia para esses animais. Mas além da América do Sul, são conhecidas espécies na África e na Índia e esses intercâmbios devem facilitar a troca de informações sobre os hábitos e características das espécies.

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