São Paulo (AUN - USP) - O Instituto Oceanográfico da USP é o responsável pelas pesquisas do licenciamento ambiental para exploração de petróleo na região do pré-sal na Bacia de Santos. Mas o Instituto sofre dificuldades para fazer a caracterização ambiental da região, processo necessário para o licenciamento, devido à falta de dados.
Os dados sobre a região da Bacia de Santos, que se estende, em relação ao litoral, áreas do estado do Rio de Janeiro até Santa Catarina, são escassos, principalmente da zona do talude, área de águas mais profundas e mais longe do litoral, onde ocorre a retirada do petróleo.
Há também a carência de recursos humanos e de laboratórios para as pesquisas, falta ainda incentivo no setor de desenvolvimento de tecnologia para monitoramento da área. A oceanógrafa da Petrobras, Anna Maria Scofano diz que: “também é necessária a implantação de um modelo regional da bacia, igual há na Bacia de Campos, no norte do Rio de Janeiro, pois é inviável o licenciamento ambiental poço por poço”.
A Bacia de Campos, diferentemente da Bacia de Santos, é dividida por áreas geográficas, o que facilita o monitoramento ambiental. Mas, entre Campos e Santos existe uma grande diferença de tamanho, enquanto a primeira possui menos de 100 mil km², a segunda tem mais de 125 mil km². Esta extensa área acaba por dificultar a demarcação de áreas geográficas.
O licenciamento faz parte do trabalho de gestão ambiental da exploração, é necessário se conhecer a situação ambiental tanto nos aspectos bióticos e abióticos, para saber se a exploração está afetando de alguma maneira o meio-ambiente da área, fazendo o monitoramento antes, durante e depois da retirada de óleo dos poços.